Um dia depois de funcionários do zoológico de Belo Horizonte confirmarem que sete animais – cinco cachorros-do-mato-vinagre e dois lobos-guará – estão contaminados por leishmaniose visceral, órgãos da prefeitura não se entendem sobre o assunto. Enquanto a Secretaria Municipal de Saúde, em nota, reafirma que um cachorro-do-mato teve resultado positivo para a doença, a Fundação Zoo-Botânica e a Gerência de Zoonoses da Regional Pampulha afirmam desconhecer o caso. De acordo com a secretaria, um novo exame foi feito, mas ainda não há resultado. Medidas como borrifação no local e isolamento do animal teriam sido tomadas.
No entanto, a Fundação Zoo-Botânica, por meio de sua assessoria de imprensa, informou ontem não ter conhecimento sobre qualquer animal doente. Por isso, nenhuma ação especial foi realizada, como o afastamento do convívio em área perto dos visitantes. No setor de Controle de Zoonoses da Regional Pampulha, o gerente Cristiano Fernandes sustentou que a prefeitura não faz exames para detectar leishmaniose em animais silvestres, já que a técnica é diferente da empregada em cães domésticos. Ele afirma não ter conhecimento de ocorrências.
A leishmaniose visceral é transmissível ao homem e pode levar à morte especialmente crianças, idosos e pessoas debilitadas. Os cães são os hospedeiros mais comuns do protozoário e contaminam mosquitos que se alimentam de seu sangue. O Ministério da Saúde recomenda o sacrifício dos animais infectados, e não o tratamento.