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Estado de Minas

Fundação Zoo-Botânica contesta prefeitura sobre doença de animais


postado em 06/03/2013 07:15

Um dia depois de funcionários do zoológico de Belo Horizonte confirmarem que sete animais – cinco cachorros-do-mato-vinagre e dois lobos-guará – estão contaminados por leishmaniose visceral, órgãos da prefeitura não se entendem sobre o assunto. Enquanto a Secretaria Municipal de Saúde, em nota, reafirma que um cachorro-do-mato teve resultado positivo para a doença, a Fundação Zoo-Botânica e a Gerência de Zoonoses da Regional Pampulha afirmam desconhecer o caso. De acordo com a secretaria, um novo exame foi feito, mas ainda não há resultado. Medidas como borrifação no local e isolamento do animal teriam sido tomadas.

No entanto, a Fundação Zoo-Botânica, por meio de sua assessoria de imprensa, informou ontem não ter conhecimento sobre qualquer animal doente. Por isso, nenhuma ação especial foi realizada, como o afastamento do convívio em área perto dos visitantes. No setor de Controle de Zoonoses da Regional Pampulha, o gerente Cristiano Fernandes sustentou que a prefeitura não faz exames para detectar leishmaniose em animais silvestres, já que a técnica é diferente da empregada em cães domésticos. Ele afirma não ter conhecimento de ocorrências.

O veterinário e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leonardo Boscoli Lara explicou que existem vários tipos de exames para detecção da leishmaniose. Alguns podem ser usados tanto em cães quanto em canídeos silvestres. Segundo ele, os testes de triagem são diferentes daqueles que confirmam a doença. Se identificada, precauções devem ser adotadas para evitar o acesso dos mosquitos vetores aos animais e aos humanos, como o isolamento. “Vale lembrar que a importância epidemiológica dos cães domésticos na leishmaniose é devida à proximidade com o ser humano, o que não ocorre com os canídeos silvestres”, afirmou.

A leishmaniose visceral é transmissível ao homem e pode levar à morte especialmente crianças, idosos e pessoas debilitadas. Os cães são os hospedeiros mais comuns do protozoário e contaminam mosquitos que se alimentam de seu sangue. O Ministério da Saúde recomenda o sacrifício dos animais infectados, e não o tratamento.


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