Em menos de uma semana, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) enfrenta a segunda denúncia de racismo contra estudantes. Desta vez, o caso aconteceu Centro Pedagógico da universidade. Um aluno de 15 anos acusa um professor da instituição de tê-lo chamado de macaco em sala de aula. O educador não nega o caso, mas diz que o termo não foi usado de maneira racista. Um processo administrativo foi aberto para apurar o caso.
O caso foi registrado na última segunda-feira. Os alunos assistiam ao filme A Procura da Felicidade, quando o professor saiu da sala. Quando voltou, os estudantes estavam gritando. O adolescente de 15 anos teria se excedido, por isso, o educador mandou que todos saíssem do local, menos o garoto. Neste momento, o professor virou para ele e disse: “quero ver você rir, macaco”.
Quando chegaram na diretoria, a família do estudante já estava lá. Todos os envolvidos foram ouvidos pela diretora. “Conversamos ontem o dia inteiro sobre o caso. Já mandei abrir um processo administrativo para apurar os fatos. Uma comissão será montada com três professores da UFMG”, explicou.
O professor afirmou à diretora que chamou o menino de macaco, mas que não foi em tom racista. “Ele disse que eles estavam fazendo um barulho parecido com o animal. E que estavam fazendo macaquice. Mas a comissão vai apurar o que aconteceu”, diz Tânia Costa. Caso o educador seja responsabilizado pelo fato, ele pode receber punições que vão de advertência por escrito a suspensão e até demissão.
A diretora garante que a escola realiza palestras e oficinas referentes ao tema e diz que se decepcionou com o ocorrido. “Essa universidade é democrática. A equipe pedagógica fica triste e decepcionada, pois um fato como esse, que lamentamos, não devia ter acontecido. Às vezes aparece uma coisa que acaba incomodando”, lamentou.
Polêmica na faculdade de direito
Um outro caso de racismo ganhou repercussão nacional nessa semana na Faculdade de Direito da UFMG. Fotos de um trote polêmico realizado por veteranos do curso foram divulgadas em um perfil no Facebook e mostram uma estudante com o corpo pintado com tinta preta, acorrentada e puxada por um universitário "veterano". A menina ostenta uma placa com os dizeres "caloura Chica da Silva", em referência à famosa escrava que viveu em Diamantina no século 18, liberta após se envolver com um contratador de diamantes.
Em outra imagem, um calouro está amarrado a uma pilastra enquanto outros três estudantes fazem uma saudação nazista. Um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler.
Uma comissão de sindicância foi criada nesaa terça-feira para apurar as responsabilidades do trote. Caso fique comprovado os abusos por parte dos estudantes, eles poderão até ser expulsos da instituição.