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Estado de Minas MISSÃO DE EDUCAR E FORMAR HOMENS

Colégio Loyola completa sete décadas de tradição em BH

Uma das instituições de ensino mais respeitadas de BH, cuja orientação religiosa é da ordem jesuíta, fundada por Santo Ignácio de Loyola, completa 70 anos segunda-feira


postado em 23/03/2013 06:00 / atualizado em 23/03/2013 07:03


Os jesuítas estão em evidência. A ordem fundada pelo espanhol Santo Ignácio de Loyola em 1534 é lançada aos holofotes do mundo depois de quase 500 anos da sua fundação com a nomeação do papa Francisco, da Companhia de Jesus, para comandar a Igreja Católica. A educação, bem precioso para os jesuítas desde o século 16, tem na comunidade de Belo Horizonte o Colégio Loyola como representante desse ideal. A instituição comemora 70 anos na segunda-feira com a missão de formar homens e mulheres comprometidos com um mundo melhor. Um colégio que tem como valor estimular o pensar e a reflexão e abre espaço para a transgressão positiva, essencial para a capacidade de criar e inovar. Os 70 anos serão marcados com festas, exposição de pinturas e esculturas de artistas mineiros, ex-alunos e padres jesuítas, mostra de objetos antigos do acervo do colégio, apresentações artísticas e culturais e missa solene.


O comando do Colégio Loyola está sob a responsabilidade do padre Germano Cord Neto, reitor e diretor-geral, que nasceu em Santa Catarina, é agrônomo e geneticista, e recebeu a missão de liderar a escola, em maio de 2011. Até então, era pesquisador da Unicamp. Estar à frente da instituição numa data importante o emociona. “Os 70 anos representam uma história de sucesso. Um colégio significativo para a educação de famílias de BH, que nos permite ver tesouros (valores, princípios, modo de educar e se relacionar) adquiridos durante o tempo e levá-los para o futuro, para que a proposta educativa continue a ser relevante para a sociedade.”


Para o padre Germano, comemorar a longa idade leva a escola a pensar as possibilidades para os próximos anos. “Não é uma empresa para gerar lucro a nossa missão é educativa.” Ele lembra que a educação para a Companhia de Jesus é a promoção humana, em que se inclui a evangelização. “Não é fazer rezar, embora isso fosse bom. Um dos principais modos como os jesuítas trabalham a evangelização é a excelência na formação humana, que para nós é um currículo permeado por valores cristãos, como compaixão, fraternidade, solidariedade, promoção de cidadania, letras e artes”, lembra, acrescentando que o Loyola foi um dos primeiros colégios do Brasil a receber meninas. Foi preciso pedir autorização ao padre que chefiava a instituição na época. Padre Germano destaca que a escola tem tradição educativa diferente: pedagogia inaciana, que leva em conta contexto, pessoa e condição de aprendizado, conhecimento que leve a uma avaliação do mundo e ação benévola para a sociedade e a Igreja.


Princípios básicos

O Colégio Loyola tem dois princípios básicos: qualidade acadêmica e excelência na formação humana. Padre Germano enfatiza que os alunos aprendem a lutar contra a corrente do individualismo e do consumismo. Posição que causa estranheza a professores de formação tradicional, diante de uma cultura tão aberta e expansiva. “A cabeça dos meninos é outra, eles pertencem a uma cultura midiática. As escolas ainda não se dão muito bem com tecnologia. O colégio busca capacitação dos docentes para a tecnologia ajudar na formação dos alunos, e não para ser apenas uma ferramenta cega.”

Padre Germano diz que o futuro pede releitura da educação. Interpretar a cultura das crianças e jovens e tirar proveito disso para formá-los a favor de uma formação humanística. Depois, encontrar formas de envolver os pais como agentes educadores. Desafio maior ainda pelo tempo curto dos pais para transmitir valores aos filhos.” E o terceiro grande obstáculo, de acordo com o padre, é oferecer educação em tempo integral, que é uma demanda das famílias: “Por enquanto não há projeto, já que teríamos de diminuir o número de alunos e aumentar a área”. E sobre a escolha de papa jesuíta, padre Germano conta que o despertar da curiosidade das pessoas é uma forma de poder falar melhor “da nossa proposta. Esperamos dele diálogo maior com os fiéis e renovação da Igreja”.


Gratidão

A pedagoga Francelina Cândida Diniz Quintão Borges Gomide, de 60 anos, é a funcionária mais antiga do Colégio Loyola. São 34 anos de dedicação e aprendizado. Ela começou como professora do primário e passou para o ensino fundamental 1, em que trabalhou por 10 anos. Em seguida, foi convidada para ser coordenadora de série do terceiro ano: “Foi muito significativo porque fazia a preparação para a primeira eucaristia”. Por 18 anos trabalhou como coordenadora, papel de que se orgulha pelo contato com alunos, pais e professores: “Fazia a mediação entre eles, função que envolve todo um contexto, tendo o respaldo da direção e visão ampla da escola”. Com a reestruturação da instituição, ela assumiu o cargo de apoio pedagógico: “Por três anos fui responsável em dar sustentação e ajudar a direção geral e acadêmica”.


Agora, como diz, “findando a caminhada e já pensando em preparar um sucessor”, Francelina atua na coordenação de quatro séries (do sexto ao nono ano) com a “missão de dar uma única linha de pensamento e ação para as séries”. Ao pensar nos 70 anos do colégio e nos seus  34 de escola, ela pensa em gratidão, alegria, realização profissional e pessoal: “Esta trajetória é um mergulho íntimo no meu coração. O Colégio Loyola está ligado à minha vida. A arte de ensinar e aprender eu construí na escola. Passei por oito reitores e sempre fui reconhecida e respeitada.”

 

Saiba mais

A história de santo 

O nome do colégio é referência ao santo fundador da Companhia de Jesus. Ele queria encontrar um modo de servir a Deus. Para ele, era preciso ter discernimento para conversar com as pessoas sobre Deus e sobre a vida. Viveu na Espanha, França e Itália. Era espanhol, de família da baixa nobreza e fidalgo da corte de Carlos V. Trabalhou para o ministro das Finanças, depois virou cavaleiro e foi ferido em uma batalha. Na convalescência, o único livro que encontrou para ler na casa da cunhada era sobre a vida de Cristo e a Bíblia. Virou seguidor de Jesus Cristo, inspirado em São Domingos e São Francisco. Teve várias experiências místicas, mas a Igreja não aceitava que ele falasse sobre isso. Queria ajudar as pessoas, mas viu que não tinha formação necessária. Aí percebeu a importância da boa educação. Aos 33 anos, começou a estudar latim, depois se formou em filosofia e teologia, em Paris.


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