
Primeiro foram os quatis do Parque das Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Agora, as capivaras da Lagoa da Pampulha. Animais da fauna silvestre que habitam a capital estão sendo alvo de reclamações dos moradores. E eles estão soltos por aí. No ano passado, o Ibama recolheu 450 animais silvestres no espaço urbano de BH. O campeão foi o gambá-de-orelha-branca (102), seguido do mico-estrela (46) e a coruja-caburé (40). Os quatis vão para as ruas próximas, reviram o lixo, invadem residências, comem o que veem pela frente e atacam cães e gatos. As capivaras, além de destruir os jardins de Burle Marx, preocupam visitantes pelos carrapatos que deixam em áreas de uso, como o Museu de Arte da Pampulha (MAP).

Para controlar os quatis, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolve o Projeto Quatis, que elabora um plano de manejo para esses animais e busca parcerias com a iniciativa privada para apoio. A coordenadora do projeto, Nadja Simbera Hemétrio, mestre em ecologia, conservação e manejo da vida silvestre da UFMG, desenvolve um estudo ambiental dos animais com moradores, visitantes e funcionários do Parque das Mangabeiras. “A densidade populacional de quatis no parque é maior do que em outras áreas onde a espécie ocorre. A solução é diminuir o acesso dos animais a alimentos colocando mais lixeiras no parque. Quanto mais alimentos, mais eles se reproduzem”, disse a professora.
Hoje, o vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros, entrega ao Ibama um termo de referência mostrando quais são as pretensões do município para reduzir a população de capivaras na Pampulha. Na sexta-feira, ele revelou que o remanejamento de parte dos 170 animais é a solução mais adequada para resolver o problema. Uma empresa será contratada por meio de licitação para elaborar um plano de manejo, trabalho que deve começar em agosto. Até lá, o município já começou a cercar o gramado da lagoa com telas para evitar a entrada das capivaras.
