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Estado de Minas

Roubos de cargas assustam a Grande BH

Região concentra maioria dos ataques a veículos de carga no estado por causa da quantidade de centros de distribuição. PRF admite dificuldades para inibir ação de criminosos em rodovias


postado em 25/07/2013 06:00 / atualizado em 25/07/2013 06:44

Caminhão de carga na Grande BH: polícia afirma que parte dos roubos é cometida por quadrilhas de traficantes que buscam se capitalizar(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Caminhão de carga na Grande BH: polícia afirma que parte dos roubos é cometida por quadrilhas de traficantes que buscam se capitalizar (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)


Dos 90 roubos de carga de maior valor registrados pela Polícia Civil nos seis primeiros meses do ano, 73 ocorreram na Grande BH. A região concentra centros de distribuição de mercadorias que são enviadas para outras regiões do estado e do país. Em segundo lugar no ranking de crimes figura o Triângulo Mineiro, com nove casos, superando a Região Central (veja quadro). O cigarro é o produto mais visado: metade das ocorrências envolviam cargas desse tipo.

Segundo informações da Delegacia Especializada de Repressão ao Furto, Roubo e Desvio de Cargas, o tipo de produto visado pelas quadrilhas varia de região para região de Minas. No Sul do estado, os principais alvos são os combustíveis, eletrônicos e café. No Triângulo Mineiro, são cargas de grãos, óleo de soja e combustíveis. Remédios, eletrônicos, pneus e cigarros são mais roubados na Zona da Mata.

Para o professor Heroildo Assunção, gestor de segurança de uma transportadora mineira, bandidos têm usado, além de tecnologia avançada, armamento pesado para assaltar. “Tivemos um caso este ano em que bandidos atacaram uma carga de notebooks mesmo com duas escoltas”, conta. “Usam armas de grosso calibre, como fuzis e metralhadoras”, acrescenta. Para ele, a facilidade de revender produtos roubados estimula a ação de bandidos.

Segundo o delegado Hugo Arruda, um dos responsáveis pela Delegacia de Roubo de Cargas da Polícia Civil, é comum as associações entre traficantes de drogas e quadrilhas especializadas em outros crimes. “Quando os traficantes sofrem perdas patrimoniais decorrentes de operações policiais ou de bloqueio de bens é comum eles recorrerem a outros tipos de crimes, como roubo de cargas, para se capitalizar e voltar a comprar drogas”, diz ele.

Falta prevenção

O efetivo reduzido de policiais também é apontado como problema a ser resolvido para diminuir o número de roubos de cargas. No ano passado, reportagem do EM mostrou dificuldades enfrentadas pelas polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar Rodoviária (PMRv) para inibir a ação de criminosos. Em rodovias federais, é comum encontrar uma dupla de agentes da PRF para um plantão de 24 horas por dia. Eles são responsáveis por fiscalizar o trânsito, aplicar multas, fazer o trabalho administrativo do posto e atuar contra a criminalidade.

O inspetor Bruno Raslan, chefe substituto da delegacia metropolitana da PRF, reconhece que o efetivo reduzido torna inviável a presença mais ostensiva de agentes. Ele chama a atenção ainda para dois fatores que atrapalham a PRF. “Normalmente, veículos tomados de assalto em rodovias são levados para estradas vicinais onde não temos atuação”, afirma. “Os bandidos também fazem chamadas de falsos acidentes, para movimentar nossos agentes e facilitar a ação de quadrilhas que estão cada vez mais especializadas”, completa.

Mapa do roubo de cargas em Minas
2012 2013
136 90

Grande BH
101 73

Região Central
12 3

Região Noroeste
3 1

Vale do Rio Doce
2 1

Alto Paranaíba
3 2

Zona da Mata
4 1

Triângulo Mineiro
9 9

Sul de Minas
2 0

Tipo de mercadoria
2012 2013

Cigarro
38 44

Bebidas
14 3

Eletroeletrônicos
12 3

Medicamentos
7 3

Derivados de petróleo
1 1

Outros
64 36


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