A batalha contra o tabagismo no Brasil avança, mas enfrenta maior resistência entre os mineiros. Dados divulgados nessa quarta-feira pelo Ministério da Saúde, referentes à última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostram que a proporção de fumantes em Belo Horizonte era de 12,8% em 2013, ano da sondagem. O índice está acima da média nacional, que é de 11,3%, e vem caindo ano após ano. Na capital mineira, a proporção de homens que fumam (15,8%) também é maior em relação à média nacional, de 14,4%. Embora estejam em menor número em relação ao público masculino, as belo-horizontinas (10,3%) também enfrentam mais dificuldade em largar o cigarro em relação à média das brasileiras (8,6%).
Para Débora Maltah, diretora de Análise de Situação em Saúde do ministério, o que mais chama a atenção nos dados mineiros é que a tendência de queda no tabagismo, diferentemente do que ocorre no restante do país, ainda não atingiu em grandes proporções as mulheres de BH. “Ao que parece, elas vão precisar de mais tempo para reverter o hábito de fumar, mas isso já deve aparecer no próximo Vigitel. A mortalidade dos homens devido aos efeitos do cigarro já está em declínio, enquanto começamos a ter notícias de mulheres adoecendo com câncer de pulmão. Provavelmente, ainda vamos observar esse fenômeno na capital mineira durante a próxima década”, compara.
“Para a mulher, é mais difícil parar de fumar. Ainda não sabemos o motivo, se é uma questão de metabolismo ou hormonal”, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais. Segundo ela, as mulheres só adotaram o cigarro como sinal de autoafirmação a partir da década de 1950, quando atrizes como Marilyn Monroe surgiram fumando nas telas de cinema. Mais tarde, o hábito se tornaria mais comum com a chegada delas ao mercado de trabalho. “Os homens já atingiram o ápice da curva do cigarro e estão agora em declínio. As mulheres chegaram mais tarde”, diz a médica.
Pelo levantamento da Vigitel, Belo Horizonte também aparece na contramão do país, por apresentar leve alta no percentual de fumantes, de 12,1%, em 2012, para 12,8%. Mas a especialista do Ministério da Saúde pondera que a variação de até dois pontos percentuais acima ou abaixo do índice está dentro do intervalo de confiança da pesquisa.
Em oito anos, a proporção de fumantes na capital mineira, que era de 16% em 2006, primeiro ano do levantamento, encolheu 25%. No Brasil, a queda foi mais expressiva, chegando a 28% no mesmo período. Na comparação com outras capitais, BH aparece em quarto lugar no ranking, com 12,8%. Porto Alegre (RS) vem na primeira posição, com 16,5%, seguido de Curitiba (PR), com 13,7%, e São Paulo, com 14,9%.
OBESIDADE Pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país. No primeiro caso, estão enquadradas pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 25; no segundo, aquelas com IMC acima de 30. A pesquisa indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentual mais expressivo, de 54,7%. Mas, em BH, menos da metade dos homens (48,4%) aparece na pesquisa com excesso de peso.
Novamente, as mulheres da capital não se saem tão bem quanto eles na pesquisa de saúde por telefone, feita sob encomenda do Ministério da Saúde. Apesar de conseguirem um resultado melhor em relação à média nacional, as belo-horizontinas com excesso de peso representam 46,3%, o que correspondente a apenas 1,1 ponto percentual de diferença em relação às brasileiras na mesma situação (47,4%).
O melhor resultado da população de Belo Horizonte na redução da obesidade pode ser explicado pelo aumento no consumo de frutas e hortaliças e pela prática de atividades físicas que, nos dois quesitos, extrapolam a média brasileira. No Brasil, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na capital mineira, 23,3% dos homens aderiram à alimentação saudável, ante mais de um terço da população feminina (34,8%). Os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios no tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.
Para Débora Maltah, diretora de Análise de Situação em Saúde do ministério, o que mais chama a atenção nos dados mineiros é que a tendência de queda no tabagismo, diferentemente do que ocorre no restante do país, ainda não atingiu em grandes proporções as mulheres de BH. “Ao que parece, elas vão precisar de mais tempo para reverter o hábito de fumar, mas isso já deve aparecer no próximo Vigitel. A mortalidade dos homens devido aos efeitos do cigarro já está em declínio, enquanto começamos a ter notícias de mulheres adoecendo com câncer de pulmão. Provavelmente, ainda vamos observar esse fenômeno na capital mineira durante a próxima década”, compara.
“Para a mulher, é mais difícil parar de fumar. Ainda não sabemos o motivo, se é uma questão de metabolismo ou hormonal”, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais. Segundo ela, as mulheres só adotaram o cigarro como sinal de autoafirmação a partir da década de 1950, quando atrizes como Marilyn Monroe surgiram fumando nas telas de cinema. Mais tarde, o hábito se tornaria mais comum com a chegada delas ao mercado de trabalho. “Os homens já atingiram o ápice da curva do cigarro e estão agora em declínio. As mulheres chegaram mais tarde”, diz a médica.
Pelo levantamento da Vigitel, Belo Horizonte também aparece na contramão do país, por apresentar leve alta no percentual de fumantes, de 12,1%, em 2012, para 12,8%. Mas a especialista do Ministério da Saúde pondera que a variação de até dois pontos percentuais acima ou abaixo do índice está dentro do intervalo de confiança da pesquisa.
Em oito anos, a proporção de fumantes na capital mineira, que era de 16% em 2006, primeiro ano do levantamento, encolheu 25%. No Brasil, a queda foi mais expressiva, chegando a 28% no mesmo período. Na comparação com outras capitais, BH aparece em quarto lugar no ranking, com 12,8%. Porto Alegre (RS) vem na primeira posição, com 16,5%, seguido de Curitiba (PR), com 13,7%, e São Paulo, com 14,9%.
OBESIDADE Pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país. No primeiro caso, estão enquadradas pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 25; no segundo, aquelas com IMC acima de 30. A pesquisa indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentual mais expressivo, de 54,7%. Mas, em BH, menos da metade dos homens (48,4%) aparece na pesquisa com excesso de peso.
Novamente, as mulheres da capital não se saem tão bem quanto eles na pesquisa de saúde por telefone, feita sob encomenda do Ministério da Saúde. Apesar de conseguirem um resultado melhor em relação à média nacional, as belo-horizontinas com excesso de peso representam 46,3%, o que correspondente a apenas 1,1 ponto percentual de diferença em relação às brasileiras na mesma situação (47,4%).
O melhor resultado da população de Belo Horizonte na redução da obesidade pode ser explicado pelo aumento no consumo de frutas e hortaliças e pela prática de atividades físicas que, nos dois quesitos, extrapolam a média brasileira. No Brasil, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na capital mineira, 23,3% dos homens aderiram à alimentação saudável, ante mais de um terço da população feminina (34,8%). Os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios no tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.