Uma das obras que pode amenizar a situação das represas que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte deve ficar pronta apenas no fim do ano. A informação é do secretário de Transporte e Obras Públicas de Minas Gerais, Murilo Valadares, que conversou com a imprensa durante reunião do governo do estado com as prefeituras. A obra em questão é a transposição das águas do Rio Paraopeba para o sistema Rio Manso. Segundo ele, a intervenção deve ser concluída entre outubro e novembro.
As estratégias para combater a crise hídrica foram discutidas na manhã desta segunda-feira entre o governador Fernando Pimentel e 34 prefeitos dos municípios da Grande BH no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa. A presidente da Copasa, Sinara Meireles, o secretário de Governo, Odair Cunha, e o secretário de Planejamento, Helvécio Magalhães, participaram do encontro.
Murilo Valadares afirmou que os valores para a transposição do Rio Paraopeba para o Rio Manso já estão incluídos em uma parceria público-privada (PPP) que já existe. O que foi feito foi um aditivo na PPP para as desapropriações e energia. A obra é tida como prioridade e vista com bons olhos para amenizar a crise hídrica na Grande BH. “Temos que retirar água do Paraopeba para abastecer o Rio Manso. Se conseguirmos agilidade, rapidez e competência, vamos criar condições para nos meses de outubro e novembro já possamos ter uma perspectiva de abastecimento do Rio Manso. Aí sim, teremos tranquilidade na região metropolitana”, comentou.
Durante a reunião, também foi sugerida a necessidade de integração entre a Copasa e a Cemig, especialmente para colocar os poços artesianos em funcionamento. Isso porque em algumas cidades eles já foram perfurados, mas não há energia elétrica para bombear a água. “Discutimos a integração entre a Cemig e Copasa, pois muitas vezes os prefeitos têm poços artesianos e muitas vezes não são ligados”, explicou o secretário de Obras.
União de prefeitos
Os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel) pretende se unir para ajudar a combater a crise hídrica no Estado. Durante a reunião, o governo deixou claro que o racionamento, caso seja autorizado pela agência reguladora, será discutido com cada município. Os administradores municipais terão notoriedade para decidir os percentuais e as tarifas que serão cobradas. “Na prática, o governo está preparando, junto com a Copasa, investimentos necessários, priorizando um novo sistema de abastecimento de água para reforçar o que aí está. Evidentemente que cada município tem que contribuir dentro de cada cidade buscando novas soluções e, acima de tudo, se não houver economia e compreensão da população, vamos ter uma crise que jamais foi registrada na Grande BH”, comentou o prefeito de Vespasiano e presidente da Granbel, Carlos Murta.
Ajuda do Governo Federal
Desde o último fim de semana, a Copasa realiza levantamentos sobre os investimentos necessários para as obras de curto, médio e longo prazo que deverão ser realizadas em Minas Gerais. Nesta semana, o governador Fernando Pimentel (PT) vai se encontrar com a presidente Dilma Rousseff (PT) para apresentar os valores necessários. “Provavelmente amanhã ou depois devemos concluir esse levantamento”, comentou Murilo Valadares.