Nada de Peppa Pig, Backyardigans, Super-Homem ou Batman. Os super-heróis do pequeno João Guilherme vestem uniforme laranja e são responsáveis pela limpeza da cidade. Para o aniversário de 3 anos, comemorado em um salão de festas na Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, ontem, o menino pediu aos pais uma decoração com referências aos garis. Balões laranjas, caminhões de coleta com o nome do menino, docinhos ornamentados com vassouras ou com as cores da coleta seletiva, tudo para lembrar a rotina de quem, diariamente, retira a sujeira das ruas, mas nem sempre é valorizado pela importância que tem. Antes da chegada dos convidados, o menino deu uma voltinha no caminhão de coleta, quando os garis deram uma parada na rotina para realizar o sonho de João Guilherme.
Entre o escorregador e outros brinquedos, a criançada também teve a opção de aprender sobre reciclagem, em um cantinho montado com a ajuda do Centro Mineiro de Referência em Resíduos. A felicidade estava estampada no rosto de João Guilherme, que, descalço, correu pelo salão de festas, mostrou aos amigos o caminhão de coleta infantil que ganhou dos pais, abraçou e se divertiu com os garis. “O lixo tem que jogar na lixeira”, dizia o pequeno a quem chegava. A paixão pelos super-heróis de laranja começou cedo, quando João Guilherme tinha apenas 7 meses. “Ele se encantava com a cor do uniforme. Com 1 ano, ele via os garis e queria brincar”, conta a mãe, Patrícia dos Reis Rezende, de 33 anos. Quando ficou maior, o menino se alegrava ao ver o caminhão passar na rua de sua casa. “Sempre gritava e queria ir atrás”.
Patrícia trabalha na área operacional da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e fiscaliza o trabalho dos garis. No entanto, ela garante que o interesse do filho é bem anterior à sua atuação na autarquia municipal. “Quando ele vai trabalhar comigo, pede para tirar foto com os garis. Mas o amor que ele tem é pelo que vê na rua, pela alegria deles”. E a admiração é tamanha que, quando o menino vê um caminhão de garis na rua, pede ao pai, o músico Reginaldoo da Silva, de 35, para parar o carro. “Um dia, encontramos um caminhão de coleta e ele falou para o pai que o coração dele não ia aguentar de tanta emoção”, lembra Patrícia.
A mãe teve a ideia de fazer a festa temática em dezembro. Desde então, não foi fácil concretizar o sonho, pois os garis não costumam ser temas usuais de comemorações. Depois de muito procurar, encontrou para comprar caminhões de coleta na cor laranja. Para confeccionar a roupa do filho, contou com a doação de uma amiga que trabalha no setor de comunicação social da SLU, que deu uma blusa laranja, e com uma gari que deu a calça. Depois levou o uniforme para uma costureira fazer o ajuste para o menino. O toque final foi o boné, que não sai da cabeça de João Guilherme.
RECONHECIMENTO Durante a festa, garis foram prestigiar a comemoração do pequeno João. É o caso de Daniel Rosa da Cruz, de 45, que há 19 trabalha na coleta. “O amor dele pelos garis é de uma espontaneidade sem tamanho. Ele não foi em lugar nenhum buscar esse aprendizado. É algo que saiu de dentro dele”, diz. Para Daniel, que atuou por muitos anos, no grupo de mobilização social da SLU, o amor com que as crianças tratam os garis faz com que os adultos também possam valorizá-los. “O carisma deles conosco faz com que adultos possam nos olhar com respeito e admiração”, diz.
Daniel fez participação especial no CD infantil gravado por Rubinho do Vale. O músico mineiro compôs uma homenagem aos profissionais de limpeza. “O preconceito com a gente diminuiu muito, mas existe ainda”, ponderou. A música tocou durante boa parte da festa para alegrar a criançada e também lembrá-los da importância desses profissionais. “Ai, se não fossem o gari, o varredor, o catador de papel. O que seria da cidade, da escola, do rio, do quartel, do parque, do clube, da igreja, hospital, padaria e hotel.” Na época, a gravação foi acompanhada pelo menino Pedro Barros, que também quis ter os garis como motivo de sua festa de aniversário.
Os convidados aprovaram a decoração da festa cujo esmero e criatividade podiam ser vistos em cada detalhe, como o servidor público Walace dos Reis, de 46. “Fiquei deslumbrado com tanta beleza”, disse. Para ele, é muito bacana que um menino, no dia do aniversário, queira ser como o gari. “O caminhão passa na porta da casa dele e eles brincam muito com ele, por isso, essa afinidade. Nunca fui a uma festa infantil que esse tenha sido o tema da recepção. Está tudo muto bom. As crianças estão encantadas.”
Entre o escorregador e outros brinquedos, a criançada também teve a opção de aprender sobre reciclagem, em um cantinho montado com a ajuda do Centro Mineiro de Referência em Resíduos. A felicidade estava estampada no rosto de João Guilherme, que, descalço, correu pelo salão de festas, mostrou aos amigos o caminhão de coleta infantil que ganhou dos pais, abraçou e se divertiu com os garis. “O lixo tem que jogar na lixeira”, dizia o pequeno a quem chegava. A paixão pelos super-heróis de laranja começou cedo, quando João Guilherme tinha apenas 7 meses. “Ele se encantava com a cor do uniforme. Com 1 ano, ele via os garis e queria brincar”, conta a mãe, Patrícia dos Reis Rezende, de 33 anos. Quando ficou maior, o menino se alegrava ao ver o caminhão passar na rua de sua casa. “Sempre gritava e queria ir atrás”.
Patrícia trabalha na área operacional da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e fiscaliza o trabalho dos garis. No entanto, ela garante que o interesse do filho é bem anterior à sua atuação na autarquia municipal. “Quando ele vai trabalhar comigo, pede para tirar foto com os garis. Mas o amor que ele tem é pelo que vê na rua, pela alegria deles”. E a admiração é tamanha que, quando o menino vê um caminhão de garis na rua, pede ao pai, o músico Reginaldoo da Silva, de 35, para parar o carro. “Um dia, encontramos um caminhão de coleta e ele falou para o pai que o coração dele não ia aguentar de tanta emoção”, lembra Patrícia.
A mãe teve a ideia de fazer a festa temática em dezembro. Desde então, não foi fácil concretizar o sonho, pois os garis não costumam ser temas usuais de comemorações. Depois de muito procurar, encontrou para comprar caminhões de coleta na cor laranja. Para confeccionar a roupa do filho, contou com a doação de uma amiga que trabalha no setor de comunicação social da SLU, que deu uma blusa laranja, e com uma gari que deu a calça. Depois levou o uniforme para uma costureira fazer o ajuste para o menino. O toque final foi o boné, que não sai da cabeça de João Guilherme.
RECONHECIMENTO Durante a festa, garis foram prestigiar a comemoração do pequeno João. É o caso de Daniel Rosa da Cruz, de 45, que há 19 trabalha na coleta. “O amor dele pelos garis é de uma espontaneidade sem tamanho. Ele não foi em lugar nenhum buscar esse aprendizado. É algo que saiu de dentro dele”, diz. Para Daniel, que atuou por muitos anos, no grupo de mobilização social da SLU, o amor com que as crianças tratam os garis faz com que os adultos também possam valorizá-los. “O carisma deles conosco faz com que adultos possam nos olhar com respeito e admiração”, diz.
Daniel fez participação especial no CD infantil gravado por Rubinho do Vale. O músico mineiro compôs uma homenagem aos profissionais de limpeza. “O preconceito com a gente diminuiu muito, mas existe ainda”, ponderou. A música tocou durante boa parte da festa para alegrar a criançada e também lembrá-los da importância desses profissionais. “Ai, se não fossem o gari, o varredor, o catador de papel. O que seria da cidade, da escola, do rio, do quartel, do parque, do clube, da igreja, hospital, padaria e hotel.” Na época, a gravação foi acompanhada pelo menino Pedro Barros, que também quis ter os garis como motivo de sua festa de aniversário.
Os convidados aprovaram a decoração da festa cujo esmero e criatividade podiam ser vistos em cada detalhe, como o servidor público Walace dos Reis, de 46. “Fiquei deslumbrado com tanta beleza”, disse. Para ele, é muito bacana que um menino, no dia do aniversário, queira ser como o gari. “O caminhão passa na porta da casa dele e eles brincam muito com ele, por isso, essa afinidade. Nunca fui a uma festa infantil que esse tenha sido o tema da recepção. Está tudo muto bom. As crianças estão encantadas.”