A duas semanas do início dos batuques de carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte e órgãos de segurança anunciam as diretrizes da festa momesca, que deve atrair 1,6 milhão de pessoas, público recorde na capital desde o retorno dos blocos de rua. O anúncio das regras trouxe mudanças em 2016, como menos dinheiro para organização da festa e ausência de palcos na Savassi. Além dessas, uma outra criou impasse entre blocos e autoridades públicas. Nessa sexta-feira, o Corpo de Bombeiros informou que grupos que usam trio elétrico nos desfiles e os eventos realizados em locais fechados, com mais de 3 mil pessoas, devem ter projeto aprovado pela corporação. A argumentação dos Bombeiros é de que as exigências foram criadas para garantir segurança à população, mas organizadores de blocos contestam. No Bairro Santa Tereza, o horário da folia fica limitado até as 19h.
“É importante usar esse prazo, para não haver nenhum problema às vésperas do evento”, afirma o tenente Fabrício Rocha, da Divisão de Auditoria da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, mais de 40 blocos pretendem usar trios elétricos em desfiles na cidade. Por outro lado, organizadores defendem que os blocos de rua não se caracterizam como evento e sim como manifestação artística. E afirmam que a norma foi imposta muito em cima da hora e que, em alguns casos, há grupos que não teriam tempo suficiente para apresentação do projeto.
É o que defende Marcela Pieri , uma das integrantes do bloco Juventude Bronzeada, que se concentra na Praça Lions, no Bairro Floresta, e de lá parte para desfilar nas imediações, com uso de um minitrio elétrico. Nesta terceira edição do bloco surgido em 2014, a expectativa é reunir cerca de 15 mil pessoas. “Fizemos o cadastro na Prefeitura e, em nenhum momento, não nos foi informada a necessidade desse projeto pela administração municipal nem pelos Bombeiros”, afirma. “Os blocos são caracterizados como manifestação cultural e têm direito de ir à rua. E existe uma obrigação legal dos órgãos de segurança de proteger essa manifestação”, disse Marcela, lembrando que o grupo está aberto ao diálogo com os bombeiros sobre como sair com segurança. “Mas a gente não pode estar sujeito a imposições”, afirmou.
Neste ano, a capital prevê reunir cerca de 1,6 milhão de pessoas, 100 mil a mais do que o ano passado. Do público esperado para 2016, a expectativa da Belotur é que 1,3 milhão de foliões participem dos desfiles dos blocos carnavalescos, que viraram os grandes atrativos da folia.
Uma das novidades do carnaval é a estratégia para a Savassi. Não haverá a instalação de palcos fixos na região. De acordo com a Belotur, a região vai funcionar como um espaço de passagem dos blocos e foliões. “A Savassi chegou ao seu limite”, observou a presidente da Belotur, Cláudia Pedrozo.
INVESTIMENTO Os recursos totais para o carnaval de 2016 sofreram uma redução em relação ao ano passado. Em 2015, cerca de R$ 5, 7 milhões – R$ 3,5 milhões da iniciativa privada e R$ 2,2 milhões da prefeitura – foram empregados na realização da festa. Neste ano, a cidade recebeu R$ 3,372 milhões, sendo R$ 2,4 milhões dos cofres públicos e o restante dos patrocinadores. Já os repasses financeiros para as escolas de samba e blocos caricatos tiveram aumento de 25%. Em 2015, o valor destinado às agremiações foi de R$ 40 mil e aos blocos, 20 mil. Neste ano, as escolas receberão R$ 50 mil e os blocos, R$ 25 mil.
Para atender à demanda de público, a prefeitura credenciou 3.426 mil vendedores ambulantes, número três vezes superior ao do ano passado. Oito mil banheiros químicos vão servir a população. O desfile oficial das sete escolas de samba e dos 10 blocos caricatos foi mantido na Avenida Afonso Pena, no Centro, que vai receber uma arquibancada com capacidade para 2 mil pessoas. Três palcos fixos serão instalados na Praça da Estação, na Avenida Brasil e no Parque Municipal. Todas as regionais da cidade terão uma programação especial, com atrações diurnas.
CARA NOVA
Principais mudanças no carnaval 2016
» SEGURANÇA
Blocos que usem trios elétricos ou eventos realizados em locais fechados precisam apresentar um projeto para evento temporário, uma espécie de plano de segurança em que conste itinerário do bloco, número de foliões, previsão de brigadistas, entre outras informações.
» SAVASSI
Ponto tradicional de concentração na capital, não terá instalação de palcos fixos – diferentemente do que ocorreu no ano passado – e vai funcionar como um espaço de passagem dos blocos e foliões.
» SANTA TEREZA
Termo firmado entre moradores e o Ministério Público Estadual (MPE) limita o horário da apresentação dos bloco até as 19h no tradicional bairro da Região Leste.
» TRANSPORTE GRATUITO
Uma linha de ônibus foi criada e 14 veículos vão circular na Avenida do Contorno, de 6 a 9 de fevereiro, das 10h às 20h. O custo do serviço será financiado por um dos patrocinadores do evento.
NÚMEROS
1,6 milhão de pessoas devem participar do carnaval em BH; 100 mil a mais do que o ano passado
3.426 vendedores ambulantes foram credenciados pela Prefeitura, número três vezes maior que no ano passado
8 mil banheiros químicos instalados em vias públicas vão servir a população
R$3,372 milhões serão investidos no carnaval de BH, sendo R$ 2,4 milhões dos cofres públicos e o restante dos patrocinadores; no ano passado foram R$ 5,7 milhões
“É importante usar esse prazo, para não haver nenhum problema às vésperas do evento”, afirma o tenente Fabrício Rocha, da Divisão de Auditoria da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, mais de 40 blocos pretendem usar trios elétricos em desfiles na cidade. Por outro lado, organizadores defendem que os blocos de rua não se caracterizam como evento e sim como manifestação artística. E afirmam que a norma foi imposta muito em cima da hora e que, em alguns casos, há grupos que não teriam tempo suficiente para apresentação do projeto.
É o que defende Marcela Pieri , uma das integrantes do bloco Juventude Bronzeada, que se concentra na Praça Lions, no Bairro Floresta, e de lá parte para desfilar nas imediações, com uso de um minitrio elétrico. Nesta terceira edição do bloco surgido em 2014, a expectativa é reunir cerca de 15 mil pessoas. “Fizemos o cadastro na Prefeitura e, em nenhum momento, não nos foi informada a necessidade desse projeto pela administração municipal nem pelos Bombeiros”, afirma. “Os blocos são caracterizados como manifestação cultural e têm direito de ir à rua. E existe uma obrigação legal dos órgãos de segurança de proteger essa manifestação”, disse Marcela, lembrando que o grupo está aberto ao diálogo com os bombeiros sobre como sair com segurança. “Mas a gente não pode estar sujeito a imposições”, afirmou.
Neste ano, a capital prevê reunir cerca de 1,6 milhão de pessoas, 100 mil a mais do que o ano passado. Do público esperado para 2016, a expectativa da Belotur é que 1,3 milhão de foliões participem dos desfiles dos blocos carnavalescos, que viraram os grandes atrativos da folia.
Uma das novidades do carnaval é a estratégia para a Savassi. Não haverá a instalação de palcos fixos na região. De acordo com a Belotur, a região vai funcionar como um espaço de passagem dos blocos e foliões. “A Savassi chegou ao seu limite”, observou a presidente da Belotur, Cláudia Pedrozo.
INVESTIMENTO Os recursos totais para o carnaval de 2016 sofreram uma redução em relação ao ano passado. Em 2015, cerca de R$ 5, 7 milhões – R$ 3,5 milhões da iniciativa privada e R$ 2,2 milhões da prefeitura – foram empregados na realização da festa. Neste ano, a cidade recebeu R$ 3,372 milhões, sendo R$ 2,4 milhões dos cofres públicos e o restante dos patrocinadores. Já os repasses financeiros para as escolas de samba e blocos caricatos tiveram aumento de 25%. Em 2015, o valor destinado às agremiações foi de R$ 40 mil e aos blocos, 20 mil. Neste ano, as escolas receberão R$ 50 mil e os blocos, R$ 25 mil.
Para atender à demanda de público, a prefeitura credenciou 3.426 mil vendedores ambulantes, número três vezes superior ao do ano passado. Oito mil banheiros químicos vão servir a população. O desfile oficial das sete escolas de samba e dos 10 blocos caricatos foi mantido na Avenida Afonso Pena, no Centro, que vai receber uma arquibancada com capacidade para 2 mil pessoas. Três palcos fixos serão instalados na Praça da Estação, na Avenida Brasil e no Parque Municipal. Todas as regionais da cidade terão uma programação especial, com atrações diurnas.
CARA NOVA
Principais mudanças no carnaval 2016
» SEGURANÇA
Blocos que usem trios elétricos ou eventos realizados em locais fechados precisam apresentar um projeto para evento temporário, uma espécie de plano de segurança em que conste itinerário do bloco, número de foliões, previsão de brigadistas, entre outras informações.
» SAVASSI
Ponto tradicional de concentração na capital, não terá instalação de palcos fixos – diferentemente do que ocorreu no ano passado – e vai funcionar como um espaço de passagem dos blocos e foliões.
» SANTA TEREZA
Termo firmado entre moradores e o Ministério Público Estadual (MPE) limita o horário da apresentação dos bloco até as 19h no tradicional bairro da Região Leste.
» TRANSPORTE GRATUITO
Uma linha de ônibus foi criada e 14 veículos vão circular na Avenida do Contorno, de 6 a 9 de fevereiro, das 10h às 20h. O custo do serviço será financiado por um dos patrocinadores do evento.
NÚMEROS
1,6 milhão de pessoas devem participar do carnaval em BH; 100 mil a mais do que o ano passado
3.426 vendedores ambulantes foram credenciados pela Prefeitura, número três vezes maior que no ano passado
8 mil banheiros químicos instalados em vias públicas vão servir a população
R$3,372 milhões serão investidos no carnaval de BH, sendo R$ 2,4 milhões dos cofres públicos e o restante dos patrocinadores; no ano passado foram R$ 5,7 milhões