
O arcebispo teve atuação na defesa dos direitos humanos durante o período de ditadura militar (1964-1985). Mediou ainda conflitos por terra na Paraíba e lutou contra a discriminação e o racismo.
"A igreja perde, neste domingo em que comemoramos o Dia do Catequista, um grande pastor. Dom José foi um dos catequistas mais ativos e humildes à frente do seu rebanho, e que soube impor a sua voz, sempre que necessário, em defesa dos menos favorecidos", disse o arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Manoel Delson.
"O 'dom Pelé' faz a sua passagem deixando em nós o exemplo de como ser Igreja, de como estar à frente do Povo de Deus. Descanse em paz, dom José! Temos a certeza de que, crentes na ressurreição, ao lado do Pai, o senhor agora vai abençoar do Céu todos os que fazem a Arquidiocese da Paraíba", completou o arcebispo Delson.
Dom José nasceu em 15 de março de 1919, no distrito de Córregos. Segundo a Arquidiocese de Belo Horizonte, ele tinha 70 anos de ordenação sacerdotal e 60 anos de episcopado. Filho de Eleutério Augusto Pires e Pedrelina Maria de Jesus, entrou para o seminário em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, aos 12 anos. Foi ordenado sacerdote em 20 de dezembro de 1941, e recebeu a ordenação episcopal em 22 de setembro de 1957. Seu lema episcopal: Scientiam Salutis (A Ciência da Salvação).
“O bispo mais antigo (em ordenação episcopal) do Brasil, foi bispo de Araçuaí, membro da Comissão Central da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presidente da Comissão Episcopal Regional do Nordeste, escritor e um dos poucos sacerdotes que participaram do Concílio Vaticano II. Também se posicionou com firmeza ao lado dos que lutavam pelo fim da ditadura, mas sem perder a singular capacidade que tinha de dialogar com aqueles a quem claramente se opunha. Dom José Maria Pires residia na Arquidiocese de Belo Horizonte há mais de 20 anos”, detalha a Arquidiocese da capital, por meio de nota divulgada nesse domingo.

O corpo de dom José Maria Pires é velado na Paróquia Nossa Senhora das Dores, que fica na Rua Silva Jardim, número 100, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte. Ao meio-dia desta segunda-feira, será realizada um celebração presidida por dom Walmor. O sepultamento será em João Pessoa, na Paraíba.