Boston – Os jovens, identificados pelo FBI entre milhares de imagens e vídeos registrados no local das duas explosões no final da Maratona de Boston, são de origem chechena e muçulmana. Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev, suspeitos dos atentados são irmãos que passaram a maior parte de suas vidas longe da região separatista russa e que mostravam poucos sinais de radicalismo desde que chegaram aos Estados Unidos. Tamerlan, de 26 anos, que chegou a ser pugilista amador, foi morto em um tiroteio na noite de quinta-feira. Dzhokhar, de 19 anos, descrito como um aluno discreto na escola, é alvo de enorme caçada empreendida pela polícia ontem.
Um ex-colega de sala, chamado Eric Machado, disse à CNN que Dzhokhar não mostrava "sinais indicadores de comportamento malicioso". "Nós festejávamos. Nós saíamos. Éramos bons amigos de escola", disse. Machado lembrou que Dzhokhar uma vez disse algo em uma conversa sobre terrorismo, mas não havia "nenhuma evidência que levasse qualquer um de nós a acreditar que ele seria capaz disso".
Tamerlan, estudante da Faculdade Bunker Hill, tinha treinamento como pugilista. Depois de ganhar uma luta pelo torneio amador Golden Gloves disputada em Lowell, Massachusetts, em 2004, ele disse ao jornal local: "Eu gosto dos EUA. A América tem um monte de empregos." "Isso é algo que a Rússia não tem. Você tem uma chance de ganhar dinheiro aqui se você estiver disposto a trabalhar". No entanto, desabafou que não tinha um só amigo americano. “Não os entendo”, escreveu.
As autoridades chechenas disseram à agência de notícias Interfax que a família Tsarnaev deixou o país há muitos anos para viver em outra região russa, depois morou no Cazaquistão, e só então entrou nos Estados Unidos com permissão de residência. "Os indivíduos que estamos falando não viveram na Chechênia quando eram adultos", afirmou um porta-voz do líder checheno, Ramzan Kadyrov. Outras fontes citadas por agências de notícias russas dizem que a família dos suspeitos tem origens no Quirguistão, de onde eram refugiados, e teriam se mudado para os EUA em 2002.