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Estado de Minas

Polícia conclui caçada em Boston com prisão de segundo suspeito


postado em 20/04/2013 00:22

As forças policiais detiveram na noite desta sexta-feira o jovem de 19 anos de origem chechena suspeito de realizar o atentado contra a maratona de Boston junto com seu irmão, morto de madrugada, encerrando uma caçada humana que mobilizou mais de 9 mil agentes.

"Capturado! A caçada terminou, a busca terminou, o terror terminou e a justiça triunfou. O suspeito está detido", informou a polícia de Boston.

"A população de Boston e da região podem ter certeza do fim da ameaça", disse o chefe de polícia da cidade, Ed Davis, ao confirmar que Djokhar Tsarnaev foi capturado e levado ao hospital em "estado grave".

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou o trabalho das forças policiais na captura dos suspeitos, mas destacou que ainda há "muitas questões sem resposta" sobre o atentado em Boston.

Obama disse que os autores do atentado fracassaram porque os americanos "se negaram a ser aterrorizados".

O presidente admitiu que esta foi "uma semana difícil", em referência ao atentado que deixou três mortos e 180 feridos em Boston e à explosão que devastou uma cidade na região de Waco, no Texas.

Djokhar Tsarnaev foi encontrado ferido em uma lancha no quintal de uma casa em Watertown, a oeste de Boston, ao final de uma gigantesca caçada policial. A prisão ocorreu às 20H45 local (21H45 Brasília), após quase duas horas de cerco.

Helicópteros sobrevoaram a área em torno da casa 63 da Fanklin Street, em Watertown, e viaturas de esquadrões anti-bomba e ambulâncias se posicionaram na área, depois de uma série de disparos e cerca de 15 explosões.

Após a captura de Djokhar, a população de Boston saiu às ruas para comemorar o fim da ameaça.

"É um grande alívio. É o final", disse Christian, um morador da Franklin Street, em Watertown, onde encerrou a caçada que durou todo o dia.

Na passagem das viaturas de polícia e dos carros dos bombeiros, as pessoas agitavam bandeiras americanas e gritavam "USA! USA!"

A caçada humana foi deflagrada após um policial morrer e outro ficar ferido na noite de quinta-feira, na zona do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), em Cambridge, também na região de Boston.

O incidente deu início a uma perseguição de carro que incluiu explosões e troca de tiros, e Tamerlan, 26 anos, foi detido pela polícia, mas faleceu no hospital.

A operação em busca dos irmãos Dzhokhar e Tamerlan começou após o FBI divulgar fotos e vídeos, na tarde de quinta-feira, dos suspeitos do ataque durante a maratona, ocorrido na última segunda.

O Bureau Federal de Investigação (FBI) revelou nesta sexta que seus agentes interrogaram Tamerlan em 2011, a pedido de um governo estrangeiro.

A investigação de Tamerlan Tsarnaev "não encontrou informações depreciativas" contra o jovem, disse o oficial do FBI, que não quis identificar o país ou especificar o motivo da denúncia.

Antes da captura de Dzhokhar, o governador de Massachusetts, Deval Patrick, havia suspenso a ordem para que a população permanecesse em suas casas, e o sistema metroviário de Boston foi reaberto, após um dia de alerta e medidas excepcionais na região.

Boston e seus subúrbios pareciam cidades fantasmas durante a maior parte do dia desta sexta-feira, com a suspensão do transporte público e a determinação para que a população ficasse em casa.

Os irmãos muçulmanos de origem chechena viviam há anos nos Estados Unidos, mais precisamente em Cambridge, na região de Boston, e mantinham uma ótima convivência com a comunidade.

Um homem que se apresentou como pai dos jovens garantiu que são inocentes e que caíram em uma armadilha da polícia, em declarações à agência russa Interfax.

"Acredito que os serviços secretos (americanos) fizeram uma armadilha para meus filhos apenas porque são muçulmanos", disse Anzor Tsarnaev à Interfax da capital da república russa do Daguestão, Majachkala.

O secretário americano de Estado, John Kerry, se negou a "especular" sobre o vínculo entre o atentado e a origem chechena dos dois jovens, que passaram a infância no Quirguistão.

O presidente checheno, Ramzan Kadyrov, declarou que os Tsarnaev eram desconhecidos na Chechênia e culpou os serviços secretos americanos pelo drama.

"Não conhecemos os Tsarnaev, não viviam na Chechênia, sempre moraram nos Estados Unidos. O que ocorreu em Boston é culpa dos serviços secretos americanos".


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