O governo japonês acusou nesta terça-feira o secretário-geral da ONU de ter entendido de maneira equivocada a posição do Japão, depois que Ban Ki-moon fez um apelo para que Tóquio examine seu passado para melhorar as relações com os vizinhos.
"O primeiro-ministro (japonês Shinzo Abe) pediu o diálogo com a Coreia do Sul e a China, apesar dos problemas pendentes", afirmou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga.
"Tenho fortes dúvidas de que este comentário (de Ban Ki-moon) tenha sido feito com base em uma plena compreensão da posição de nosso país", completou Suga.
O porta-voz disse ainda que o Japão solicitará a Ban uma explicação sobre o que ele quis dizer com o pedido de uma "introspecção muito profunda".
O secretário-geral da ONU, sul-coreano, fez as declarações na segunda-feira em Seul.
"Me parece muito lamentável que a tensão persista por questões relacionadas com a história e com outros motivos políticos", disse Ban.
"Precisamos que os dirigentes políticos mostrem sua determinação. Uma avaliação correta da história é necessária", afirmou o secretário, que foi ministro das Relações Exteriores de seu país.
Coreia do Sul, colonizada pelo Japão (1940-1945) e a China, parcialmente ocupada pelas tropas imperiais nipônicas (1931-1945), criticam com frequência o Japão por não pedir desculpas de maneira suficiente pelas atrocidades cometidas por seu exército.
Durante a cerimônia de aniversário da rendição do Japão após a Segunda Guerra Mundial, o conservador Abe não expressou arrependimento pelo sofrimento infligido por seu país na Ásia.
O Japão mantém uma divergência territorial com a China a respeito de ilhas do Mar da China oriental e também reivindica a soberania de pequenas ilhas do Mar do Japão (chamado de Mar do Leste pelos coreanos) controladas pela Coreia do Sul.