A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) compartilha os dados obtidos com seu parceiro israelense, sob o risco de transmitir informações de cidadãos americanos, revelou o jornal The Guardian nesta quarta-feira.
A prática de trocar informação entre serviços aliados é muito comum, mas é muito mais raro que essas informações sejam dados "brutos", que não foram analisados previamente.
Segundo o protocolo de um acordo entre a NSA e a israelense ISNU, entregue ao Guardian pelo ex-consultor de inteligência Edward Snowden, o organismo americano transmite diretamente uma parte das mensagens eletrônicas e outros milhões de conversas telefônicas interceptadas.
A legislação americana que enquadra as atividades da NSA proíbe a agência de coletar dados de cidadãos americanos, ou residentes estrangeiros em situação legal nos EUA, a menos que haja suspeitas razoáveis que justifiquem a vigilância.
As revelações de Snowden mostraram que a espionagem das comunicações era tão vasta que afetou cidadãos americanos inúmeras vezes, violando as leis sobre liberdades civis e direito à privacidade.
O documento entregue ao Guardian por Snowden não tem data, mas seria de março de 2009, segundo o jornal.
O texto não especifica se a corte secreta encarregada de supervisionar as atividades da NSA - a Foreign Intelligence Surveillance Court (Fisc) - autorizou a agência a compartilhar suas interceptações com um serviço de inteligência estrangeiro.