Cuba criou sua primeira cooperativa dedicada à exportação, que comercializará aves ornamentais como canários e periquitos, informaram nesta terça-feira o presidente do empreendimento e a mídia oficial.
Esta nova cooperativa, formada pelos trabalhadores de uma antiga empresa estatal, é a "única autorizada a exportar e importar" entre as 197 novas cooperativas da ilha, disse à AFP seu novo presidente, Rafael Flores.
Ele destacou que entre seus principais mercados estão México, Panamá, Guatemala e mas realizam ações para "conquistar os (mercados) de Catar, Indonésia, Canadá e alguns países da União Europeia".
O jornal oficial Granma disse nesta terça-feira que 73 novas cooperativas não-agrícolas foram autorizadas pelo Conselho de Ministros, em uma sessão presidida pelo presidente Raúl Castro sábado, entre elas 38 de comércio e gastronomia e 33 de construção.
Raúl Castro criou várias cooperativas a partir de antigas empresas estatais, principalmente nos setores de construção, transporte, comércio, gastronomia e serviços de reciclagem e recuperação de matérias primas, com o fim de liberar o Estado de tarefas em que tem sido ineficente em cinco décadas.
"Nossa primeira missão é exportar aves ornamentais (não autóctones) criadas neste país e importar alimentos, gaiolas e acessórios e tudo referente ao desenvolvimento da ornitologia", disse Flores a agência cubana Prensa Latina.
Atualmente a exportação de aves ornamentais gera cerca de "700.000 dólares anuais" para a ilha e "o propósito da cooperativa é chegar ao milhão de dólares e ultrapassar essa cifra", acrescentou Flores, que é também presidente da Associação Ornitológica de Cuba.
Ele informou que nestas exportações "não está incluída nenhuma ave nacional", que tem uma ampla demanda internacional, pois seu comércio "é proibido por lei", o que não impede a existência de tráfico.
Raúl Castro estimulou o trabalho por conta própria para reduzir a grande planilha estatal.