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Estado de Minas DIREITA DIVIDIDA

Ex-braço direito de Berlusconi, Angelino Alfano anuncia a formação de novo partido

Nova sigla manterá apoio ao governo


postado em 17/11/2013 00:12 / atualizado em 17/11/2013 08:57

Roma – A ruptura entre os dois principais líderes do partido de centro-direita italiano Povo da Liberdade (PDL) resultou na extinção da legenda. O ex-primeiro-ministro e atual senador Silvio Berlusconi havia sofrido um revés quando membros do partido que integravam a coalizão de governo decidiram permanecer em seus postos, apesar de sua orientação para abandoná-los. Seu principal escudeiro e assessor, Angelino Alfano, optou por impedir o desmantelamento do governo de Enrico Letta, contrariando seu mentor Berlusconi. Alfano manteve seu posto de vice-premiê e ministro do Interior na ampla coalizão, adotando uma postura mais moderada e centrista.

Ontem, Alfano decidiu romper com o Povo da Liberdade e explicou que tinha a sensação que os mais linhas-duras do partido estavam pressionando por eleições antecipadas. De acordo com ele, “as forças mais extremistas triunfaram no seio do Povo da Liberdade”. Falando a jornalistas, ele disse que a decisão foi uma escolha “dolorosa e amarga”, mas afirmou que esse era o único caminho para garantir estabilidade para a coalizão. Alfano comentou seria irresponsável colocar o governo em risco em um momento em que as famílias italianas sofrem a recessão e que o nível de desemprego entre jovens é recorde. “Não podemos dizer que vamos derrubar o governo e teremos resolvido todos os nossos problemas”, declarou. O vice-premiê deve formar seu próprio partido com outros dissidentes do PDL.

A cisão no partido de Berlusconi ficou evidente durante o Conselho Nacional do PDL, realizado ontem em Roma e que deveria reunir todos os políticos do partido. Alfano, que exercia o cargo de secretário-geral do PDL, e outros não compareceram. Berlusconi fez um discurso de uma hora e meia e encerrou anunciando a extinção da legenda, retomando o nome original de seu movimento político, Forza Italia.

Berlusconi explicou que não pretende mudar o programa político da legenda, apenas retomar "o nome que todo o mundo guardava no coração". "Algumas coisas aconteceram que nos levaram a retomar o Força Itália. Em 2007, decidimos adotar o nome do PDL porque tínhamos como objetivo unir todos os partidos políticos que formavam a centro-direita. Com o tempo alguns (partidos) falharam e nós consideramos que não era mais o caso de escolher um novo nome, até por que, agora, sobramos somente nós, os de 94 ", explicou o senador, referindo-se à criação da Força Itália.

Com a extinção do PDL, Berlusconi anunciou o rompimento com a coalizão do governo de Letta e deve liderar seus partidários a uma política mais à direita. A decisão do magnata dos meios de comunicação foi justificada, segundo ele, por causa de sua iminente expulsão do Senado, em consequência das acusações de fraude que enfrenta na Justiça. “É muito difícil pensar que podemos continuar aliados no parlamento e, acima de tudo sentados na mesma mesa do gabinete, com alguém que quer matar o seu líder politicamente”, declarou Berlusconi no congresso do partido.

Reconhecendo o golpe e a perda de influência entre seus aliados, O Cavaliere, comom principal figura política nas Itália em duas décadas, passou para a defensiva. "Neste momento, após a decisão tomada por 23 dos nossos senadores em 2 de outubro, não somos capazes de derrubar o governo", disse Berlusconi. O futuro político do bilionário de 77 anos de idade está balançando e sua expulsão do Parlamento se torna cada vez mais evidente. Resta saber se sobreviverá politicamente.


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