Rússia, Estados Unidos e Grã-Bretanha assinaram em 5 de dezembro de 1994 com a Ucrânia um acordo segundo o qual os três países garantem a unidade territorial desta ex-república soviética, em troca de que a mesma renuncie às armas nucleares.
A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Timoshenko disse nesta segunda-feira que "a ocupação" pela Rússia da península ucraniana da Crimeia, onde a maioria das pessoas fala russo, não significa apenas uma declaração de guerra àquele país, mas também aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha, que assinaram o pacto em Budapeste no ano de 1994.
O acordo foi assinado anos depois do fim da Guerra Fria, em um contexto de redução das armas nucleares no mundo.
No documento, Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos elogiam a adesão da Ucrânia ao tratado de não-proliferação de armas nucleares e prevêem que aquele país destrua todas as armas que ainda possuir, em troca da garantia de sua integridade territorial.
Seguem abaixo os pontos-chave do acordo:
. RESPEITO ÀS FRONTEIRAS
Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos se comprometem a respeitar a independência, soberania e as fronteiras da Ucrânia.
. NÃO RECORRER À FORÇA
Os três signatários se comprometem a não ameaçar recorrer à força ou usá-la contra a integridade territorial ou a independência da Ucrânia, e a não usar, em nenhum caso, suas Forças Armadas contra a Ucrânia, salvo em legítima defesa ou em outros casos previstos pela Carta da ONU.
. RENUNCIAR AO EMBARGO ECONÔMICO
Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos se comprometem a não recorrer a medidas de embargo econômico contra a Ucrânia.
. RECURSO À ONU EM CASO DE AGRESSÃO
Os signatários se comprometem a recorrer, o quanto antes, ao Conselho de Segurança da ONU para ajudar a Ucrânia caso o país seja vítima de um ato de agressão com ou sem o uso de armas nucleares.
. CONSULTAS
Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Ucrânia se comprometem a realizar consultas em todas as situações que coloquem em dúvida seus compromissos, conclui o acordo.