A epidemia de ebola que matou 59 pessoas no sul da Guiné desde o início de fevereiro atingiu a capital Conacri, uma cidade costeira de mais de 1,5 milhão de habitantes, anunciou o Unicef.
"Das 80 pessoas que contraíram a doença até agora na Guiné, pelo menos 59 morreram", anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em um comunicado. Três vítimas eram crianças. A preocupação do Fundo é que o vírus se propagou rapidamente às comunidades de Macenta, Gueckedou e Kissidougou na capital, Conacri.
"Na Guiné, um país com infraestruturas de saúde muito frágeis, uma doença como esta pode ser devastadora", alerta o médico Mohamed Ag Ayoya, representante do Unicef no país.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus está entre os mais contagiosos e mortais entre os humanos. Não existe qualquer tratamento ou vacina específica para a febre provocada pelo vírus ebola. A doença, que provoca febre hemorrágica, ganhou este nome de um rio no norte da República Democrática do Congo (RDC), onde foi detectado pela primeira vez em 1976, quando o país ainda se chamava Zaire. Desde então, o ebola matou pelo menos 1.200 pessoas de 1.850 casos registrados.
O vírus, da família Filoviridae (filovírus), tem cinco espécies (Zaire, Sudão, Costa do Marfim, Bundibudjo e Reston), e se transmite por contato direto com o sangue, os fluidos ou os tecidos dos indivíduos infectados.
A doença é particularmente devastadora porque os médicos geralmente estão entre as primeiras vítimas, o que ameaça o serviço de saúde em um país com graves carências.
"Pelo menos oito profissionais de saúde morreram", informou o Unicef. Além do ebola, a organização também enfrenta outras três epidemias: cólera, rubéola e meningite. O Unicef apelou à comunidade internacional por recursos para tratar a crise de saúde na Guiné.