A mãe de uma mulher demitida da administração pública de León, no norte da Espanha, confessou o assassinato da presidente conservadora desta província, Isabel Carrasco, anunciou nesta quarta-feira uma fonte ligada à investigação.
María Montserrat González Fernández, de 55 anos, e sua filha Montserrat Triana Martínez González, de 35, foram detidas na segunda-feira, pouco depois do crime.
Logo depois do crime, o ministério do Interior informou que o assassinato havia sido uma vingança pessoal pela demissão da filha, que trabalhava na Câmara de Vereadores de León presidida por Carrasco.
"A mãe confessou ter sido a autora material do assassinato e confessou também que estava planejando há dois anos cometer uma ação deste tipo", afirmou à AFP uma fonte próxima da investigação.
Uma terceira pessoa, uma policial municipal que entregou na terça-feira o revólver do crime aos investigadores, foi acusada no caso, declarou esta fonte sem fornecer mais detalhes, já que a investigação se encontra em segredo de justiça.
Conhecida por seu temperamento forte, Isabel Carrasco, de 59 anos, presidente da Câmara de Vereadores de León e líder do governante Partido Popular na província, foi assassinada com vários tiros em uma ponte para pedestres de León.
O crime provocou comoção na Espanha, pouco acostumada a este tipo de ataques desde o fim dos episódios de violência praticados pela organização separatista basca ETA, que atacou frequentemente contra políticos entre os anos 1990 e início de 2000.
O assassinato também ocorre em um momento de mal-estar generalizado na classe política, vista por muitos cidadãos como a origem da crise econômica e social atravessada pelo país.
O PP do chefe de Governo Mariano Rajoy e o partido socialista, principal formação da oposição, interromperam os atos de campanha pelas eleições europeias e prestaram homenagem a Carrasco, enterrada na terça-feira em León.
"É um ato cruel, inútil e absurdo", declarou Rajoy na terça-feira, definindo Carrasco como uma mulher "competente, trabalhadora, inteligente e tenaz que dedicou sua vida à política".
Segundo uma fonte da prefeitura, Montserrat Triana Martínez, filha de um inspetor-chefe da polícia local, havia perdido em 2011 sua vaga de interina na Câmara dos Vereadores de Léon.
Além de perder seu emprego, a Câmara exigia 12.000 euros que a jovem teria furtado. Após uma série de julgamentos, Martínez precisou devolver o dinheiro, o que lhe gerou sérios problemas econômicos, segundo a mesma fonte.
As duas detidas eram militantes do Partido Popular local.