O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu neste domingo que qualquer intervenção na crise do Iraque deve evitar um aumento da influência do Irã no país e no cenário internacional.
Em entrevista ao canal americano NBC, Netanyahu afirmou que "o que vemos hoje no Oriente Médio, no Iraque e na Síria é o ódio visceral entre os xiitas radicais, neste caso liderados pelo Irã, e os sunitas radicais, encabeçados pela Al-Qaeda, pelo EILL (Estado Islâmico no Iraque no Levante) e outros".
"Ambas partes são inimigas dos Estados Unidos, e quando dois inimigos se confrontam, não devemos fortalecer nenhum, temos que deixá-los debilitar um ao outro", acrescentou.
"De longe, o pior resultado seria que um dessa facções, o Irã, conquistasse a capacidade de produzir armas nucleares. Isso seria um erro trágico, faria que todo o resto não fosse nada em comparação", alertou Netanyahu.
O premiê declarou que é preciso "tomar as medidas necessárias para impedir que o EILL tome o controle do Iraque, e evitar que o Irã domine o Iraque da forma que fez hoje no Líbano e na Síria".
Israel teme que os Estados Unidos cedam terreno à Teerã nas negociações sobre o programa nuclear, para conseguir ajuda na crise iraquiana.
"Diferente dos morteiros e metralhadoras, capazes de matar milhares de pessoa, diferente das armas químicas, capazes de matar dezenas de milhares de pessoas, as armas nucleares podem matar milhões de pessoas, por isso devem ser evitadas a todo custo", ressaltou.
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou na segunda-feira que os Estados Unidos estavam dispostos a dialogar com o Irã sobre a crise no Iraque, gerando reclamações de Tel Aviv.
O Irã condicionou em eventual colaboração ao êxito das negociações em curso com as potências ocidentais sobre seu programa nuclear, que se aceleraram na terça-feira, em Viena, e devem ser concluída até 20 de julho.