Uma reserva de gonfotérios, ou mastodontes, foi encontrada no sudeste da Bolívia, em uma rica região paleontológica, uma descoberta que pode permitir a realização de um estudo chave sobre estes animais, que viveram entre 10.000 e 12.000 anos, informou um pesquisador nesta quarta-feira.
"A descoberta deste novo sítio se deu graças aos moradores, que relataram a existência de 'ossos de gigantescos cavalos'", contou à AFP o cientista da Sociedade Científica Universitária de Paleontologia (Sociupa) de Sucre, capital de Chuquisaca, Omar Medina.
Ele explicou que nas últimas semanas, "foram feitas visitas ao sítio 'KolpaKasa' (em Chuquisaca), com uma área de aproximadamente 1.500 metros quadrados e os restos encontrados são claramente atribuídos a gonfotérios".
Medina, que chefia pesquisas no departamento de Chuquisaca, explicou que "foram recuperadas, principalmente, vértebras e fragmentos de molares".
"É uma jazida chave para poder estudar estes animais, sua distribuição e/ou migração pelo território sul da Bolívia", disse, instando a realização de tarefas para evitar uma deterioração maior por efeito de erosão.
Em Chuquisaca foram encontradas nas últimas décadas fósseis de diferentes épocas pré-históricas, entre eles, também de mastodontes.
Nos arredores de Sucre fica a reserva Cal Orcko (morro de cal, em quéchua), uma das maiores jazidas do mundo de fósseis, com mais de 5 mil vestígios de 65 milhões de anos, ao final do Cretáceo.
Medina acredita que o sudeste da Bolívia, na cabeceira do Chaco do país, se situa como a meca da paleontologia mundial, pela variedade das peças encontradas, embora a ajuda estatal continue sendo escassa.