A vitória de Ariana, que ocorreu em maio, trouxe à tona o problema de racismo que não é discutido abertamente no país. Em recente entrevista à AFP, Miyamoto disse que entrou no concurso de beleza depois que um amigo racial cometeu suicídio. "Ele tinha 20 anos e sofria com problemas de identidade", disse ela à agência de notícias EFE. "Quando ele morreu, decidiu que tinha de fazer algo a respeito", afirmou.
Ariana também disse que quando ela conta que é japonesa as pessoas não acreditam. "É certo eleger uma hafu (como são chamados os mestiços no país) para Miss Japão?", questionaram muitos internautas."Me incomoda pensar que ela representa o Japão", disseram outros.
Em outra entrevista, a miss Japão contou que seu objetivo era crescer na competição sem a preocupação de sofrer discriminação racial. Engajada na luta contra o racismo, Ariana disse que agora tem uma grande oportunidade de espalhar a mensagem como a primeira Miss Universo Japão negra. "É sempre difícil ser a primeira. Eu quero começar uma revolução, eu não posso mudar as coisas do dia para noite mas em 100 ou 200 anos haverá poucos japoneses “puros”, então temos que começar a mudar o jeito que pensamos”, disse.
Ariana é a primeira japonesa mestiça a representar o país no concurso Miss Universo.
