A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira uma resolução que busca combater de maneira mais eficaz o comércio ilegal de espécies selvagens em risco de extinção, como elefantes e rinocerontes.
A resolução não vinculante (de caráter simbólico, ndlr), a primeira do gênero, foi apresentada pelo Gabão e pela Alemanha, e é co-patrocinada por mais de 70 países.
O texto orienta os países a "tomar medidas eficazes para prevenir e combater" a caça furtiva e o contrabando, tanto em zonas da África, onde a caça furtiva faz estragos, como entre os consumidores, em especial nos países asiáticos que são usuários dos chifres de rinoceronte.
A resolução também guia os países para que reforcem suas legislações "para que o comércio ilegal de espécies protegidas de fauna e flora selvagens seja visto como um grave delito do crime organizado".
Os países foram convidados a intensificar a cooperação regional e internacional e a envolver mais as comunidades locais nesta luta.
O ministro gabonês das Relações Exteriores, Emmanuel Issoze-Ngondet, presente na votação, reafirmou "a vontade do Gabão de erradicar a caça furtiva" e o contrabando de animais salvagens.
Embora não seja vinculante, "esta resolução tem uma força moral e podemos pensar que ajudará a levar a cabo ações concretas".
Esta votação ocorre no momento de polêmica pela morte de um leão protegido que era a estrela de uma reserva animal no Zimbábue, assassinado por um caçador norte-americano.
Organizações de proteção dos animais como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a TRAFFIC chamaram a aprovação da resolução de "histórica".
Estima-se que a cada ano cerca de 30.000 elefantes sejam mortos ilegalmente no continente africano para alimentar o comércio de marfim, sobretudo na China e outros países asiáticos.
Os três grandes centros de contrabando de marfim são Quênia, Tanzânia e Hong Kong.