(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Merkel vê avanços da Turquia e promete relançar sua candidatura à União Europeia

Ambos os dirigentes disseram temer uma "nova onda" de refugiados sírios procedentes da região de Alepo, na fronteira com a Turquia, onde as tropas do regime sírio estão avançando


postado em 18/10/2015 19:10 / atualizado em 18/10/2015 19:26

Em uma curta visita de algumas horas, Merkel se reuniu com o premiê turco, Ahmed Davutoglu(foto: AFP PHOTO /POOL / TOLGA BOZOGLU )
Em uma curta visita de algumas horas, Merkel se reuniu com o premiê turco, Ahmed Davutoglu (foto: AFP PHOTO /POOL / TOLGA BOZOGLU )
A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou neste domingo ter realizado avanços com a Turquia no que diz respeito à acolhida de migrantes, prometendo relançar a candidatura de Ancara à União Europeia (UE), enquanto diminuía a afluência de refugiados na Eslovênia.

Em uma curta visita de algumas horas, Merkel se reuniu com o premiê turco, Ahmed Davutoglu, e o presidente islamita-conservador, Recep Tayyip Erdogan em Istambul. Estes encontros foram celebrados três dias depois de que uma cúpula da UE adotou "um plano de ação" para levar a Turquia a fazer mais frente à chegada de migrantes que fogem, sobretudo da guerra na Síria, acolhendo-os em seu território. As duas partes comemoraram os avanços na questão dos migrantes, embora não tenha sido mencionado nenhum acordo definitivo.

A visita ocorreu enquanto Henriette Reker, ferida gravemente no sábado por um homem contrário à chegada de migrantes, era eleita prefeita de Colônia (oeste da Alemanha). Precisamente, Reker era a encarregada de procurar moradia para os migrantes da quarta cidade da Alemanha, com quase um milhão de habitantes.

Após seu encontro com Erdogan em Istambul, Merkel afirmou que a UE e a Turquia poderão dar "maior dinamismo" ao processo de candidatura do país para entrar no bloco europeu, particularmente abrindo as negociações no campo econômico e monetário. As partes também poderão trabalhar para liberalizar o sistema de vistos para os turcos que quiserem viajar ao espaço europeu Schengen, de livre circulação.


DISCUSSÕES PROMISSORAS "As discussões neste sentido são muito promissoras e vão continuar", afirmou Merkel.

Davutoglu, por sua vez, saudou a maior aproximação da UE com a Turquia. "Infelizmente, a comunidade internacional deixou a Turquia sozinha em termos de distribuição (dos refugiados). Estamos muitos satisfeitos que de que haja um melhor enfoque agora", declarou Davutoglu em uma coletiva de imprensa conjunta com Merkel.

A Turquia, que já acolhe mais de dois milhões de refugiados, classificou o plano de simples "projeto" com um orçamento "inaceitável", e prevê que seu país precisa de pelo menos 3 bilhões de euros para o primeiro ano.

Merkel lamentou "a pouca ajuda internacional recebida pela Turquia por sua imensa contribuição" na crise de refugiados.

Ambos os dirigentes disseram temer uma "nova onda" de refugiados sírios procedentes da região de Alepo, na fronteira com a Turquia, onde as tropas do regime sírio estão avançando.


MILHARES DE IMIGRANTES NA ESLOVÊNIA Desde o início de 2015, milhares de imigrantes chegaram à Europa na esperança de viver na Alemanha ou nos países do norte do continente. Entretanto, as capitais europeias têm sido incapazes de encontrar soluções conjuntas para administrar esse fluxo maciço de pessoas.


Desde sábado, os migrantes tiveram que usar uma nova rota, passando pela Eslovênia e depois pela Áustria, já que a Hungria decidiu fechar sua fronteira com a Croácia. Cerca de mil migrantes, principalmente sírios, iraquianos e afegãos, passaram da Eslovênia para a Áustria no sábado. A maioria seguiu em direção à Alemanha.

Um trem especial com mais de 1.000 migrantes aguardava neste domingo no norte da Croácia para seguir para a Eslovênia. Cerca de 3.000 pessoas já entraram neste país no sábado. "Até agora, a situação está sob controle", afirmou neste domingo um porta-voz do ministério esloveno do Interior, Bostjan Sefic, embora tenha admitido que o país não pode receber mais de 1.500 pessoas por dia.

 

RADICALIZAÇÃO NA ALEMANHA Na Alemanha, a política de abertura aos migrantes de Merkel é cada vez mais objeto de críticas. Mas o debate ganhou contornos dramáticos neste sábado com a agressão de uma candidata à prefeitura de Colônia, Henriette Reker, uma independente apoiada pela CDU de Merkel, que foi esfaqueada no pescoço.

Segundo a polícia, esse ataque "político" foi cometido por um alemão de 44 anos, desempregado, que admitiu a motivação "racista" contra essa mulher encarregada do recebimento dos refugiados na prefeitura. O agressor teve vínculos com a extrema-direita alemã nos anos 1990.

Um exame psiquiátrico determinou que "não há indicações que permitam excluir a responsabilidade penal do agressor", informou a polícia e o Ministério Público de Colônia em comunicado. Estima-se que de 800.000 a 1 milhão de solicitantes de asilo chegarão à Alemanha em 2015.}

Na segunda-feira, por ocasião de seu primeiro aniversário, o movimento islamofóbico Pegida, prevê uma marcha em Dresden, seu reduto. A classe política alemã tem feito da luta contra a extrema-direita, responsável por dezenas de ataques contra centros de acolhimento a refugiados, uma prioridade. Outras vozes, contudo, são a favor do fechamento das fronteiras, medida que Merkel rejeita, por considerá-la uma "falsa solução".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)