Dois turistas estrangeiros morreram nesta sexta-feira em um ataque com faca que também deixou outras quatro mulheres feridas em uma praia do balneário de Hurghada, no leste do Egito, indicaram responsáveis locais.
O agressor, cuja identidade é desconhecida, nadou até o local, a praia particular de um hotel, a partir de uma praia pública vizinha, informou o Ministério do Interior egípcio. As forças de segurança conseguiram detê-lo e o estão interrogando.
"Ainda não sabemos os seus motivos. Talvez seja um louco ou um homem com problemas psicológicos. É muito cedo para saber", indicou um responsável do Ministério à AFP.
Seja qual for a causa do ataque, este pode ser um duro golpe para o Egito, que tentava voltar a atrair os turistas após anos de instabilidade.
O governador da província do Mar Vermelho, onde fica Hurghada, afirmou em comunicado que dois "residentes estrangeiros" morreram no ataque.
Reinava certa confusão sobre a nacionalidade das vítimas. O jornal do governo Al-Ahram afirmou em sua edição on-line que duas turistas ucranianas morreram e outras quatro pessoas ficaram feridas. Mas o embaixador de Kiev no Cairo assegurou à uma emissora privada da Ucrânia que nenhum de seus cidadãos faleceu em Hurghada.
Um responsável do Ministério egípcio de Saúde indicou depois, sob anonimato, que "as duas estrangeiras assassinadas eram alemães", embora o Ministério alemão das Relações Exteriores tenha dito que não poderia confirmar esta informação por enquanto.
As autoridades armênias assinalaram que dois de seus cidadãos estavam entre os feridos e o Ministério das Relações Exteriores tcheco anunciou que um cidadão sofreu um ferimento leve.
É a primeira vez desde janeiro de 2016 que turistas são alvo de um atentado no Egito.
- Atentados extremistas -
Horas antes, nesta sexta-feira, três homens armados mataram cinco policiais egípcios no sul do Cairo.
Abriram fogo contra um carro da polícia e depois fugiram, matando um suboficial, três recrutas e um agente, segundo o Ministério do Interior.
O atentado aconteceu perto da cidade de Badrashin, a 20 km ao sul da capital, onde a polícia já foi atacada em outras ocasiões. Ninguém reivindicou o ataque até agora.
Desde que o Exército egípcio derrubou, em 2013, o presidente Mohamed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, grupos extremistas multiplicaram os ataques contra militares e policiais, matando centenas deles, sobretudo no Sinai.
Na sexta passada, o braço egípcio do grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou um ataque no norte do Sinai, no qual morreram 21 policiais, e o grupo extremista Hasam assumiu a autoria do assassinato de um oficial de polícia ao norte do Cairo.
Após um duplo ataque suicida reivindicado pelo EI contra duas igrejas coptas ao norte da capital, que deixaram 45 mortos em abril, o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, declarou estado de emergência durante três meses e o prolongou até julho.
Em janeiro de 2016, três turistas foram feridos em Hurghada em um ataque com arma branca executado por duas pessoas suspeitas de manter vínculos com o EI.
Esta estação balneária é muito popular entre os turistas ucranianos e europeus em geral.
O Egito reforçou a segurança em seus lugares turísticos depois de vários atentados cometidos nos últimos anos, que atingiram um setor-chave para a economia do país.