O Ministério Público de Goiás ofereceu denúncia, nessa terça-feira, contra Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, de 28 anos, preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia desde o dia 3. Divulgada nesta quarta-feira, a denúncia é pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), tentativa de latrocínio, receptação e porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada.
O autor da denúncia é o promotor da área criminal Fernando Braga Viggiano, da 18ª Promotoria de Goiânia. Para ele, Cadu "é bastante consciente a respeito dos atos ilícitos que tem praticado, agindo com o mesmo 'modus operandi' e na companhia de outras pessoas". Nos autos consta, por exemplo, que o acusado foi capaz de descartar provas, como celulares das vítimas, para dificultar sua localização, e que ele obedecia aos pedidos para roubar os veículos da forma como as encomendas ocorriam, sugerindo sua capacidade de discernimento para escolher modelos e cores solicitadas, atacando as vítimas conforme as características dos carros encomendados.
Na sequência das investigações, a Polícia Civil apurou o envolvimento dele no latrocínio do universitário Matheus Pinheiro de Morais, de 18, e uma tentativa de latrocínio contra o agente prisional Marcos Vinícius Lemes da Abadia, 46, crimes praticados entre os dias 28 e 31 de agosto deste ano, além de outros delitos. Marcos Vinícius ficou internado em uma UTI até o final de semana, quando foi transferido para uma enfermaria do Hospital de Urgências de Goiânia.
Junto com Cadu, foi preso na ocasião Ricardo Pimenta Júnior, que conduzia um dos dois carros roubados envolvidos nos crimes. Em seu depoimento à polícia, ele afirmou que dirigia o veículo a pedido de Carlos Eduardo.
Queima de arquivo
Viggiano receia que Cadu seja executado na prisão por conta do provável envolvimento dele com uma quadrilha de roubo de carros que ordena os crimes de dentro do complexo prisional de Aparecida. Do mesmo modo, sustenta que ele pode ser "levado" ao suicídio como queima de arquivo.
O promotor solicitou que a vigilância de Cadu seja redobrada e qualquer anormalidade seja comunicada ao Poder Judiciário. Também solicitou a quebra do sigilo telefônico do rapaz para que sejam descobertos os contatos com os integrantes da suposta quadrilha e outros envolvidos nos mesmos crimes que Cadu é acusado de ter praticado.