Flagrante, TCO e BO são expressões comuns do vocabulário policial. Para os funcionários do 2º Centro de Operações Integradas de Segurança (Ciops) de Luziânia, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal, elas ganharam um sentido a mais. São os nomes dos três cachorros de rua adotados pelos agentes e criados no pátio da unidade. Os vira-latas fazem a felicidade de quem trabalha no local e acompanham toda a rotina do Ciops.
Flagrante e TCO são fêmeas e chegaram há cerca de um ano à unidade. “Elas apareceram aqui, já crescidas, e foram ficando. Começamos a alimentá-las e, quando fomos perceber, elas faziam parte da delegacia”, conta o sargento Valter da Silva, 47 anos, um dos mais afeiçoados aos cães. BO, macho, foi resgatado da rua ainda filhote, dois meses depois. Os três moram atrás do Ciops, em uma área usada para guardar carros apreendidos. Os policiais fazem vaquinhas para alimentá-los e se revezam para cuidá-los e mantê-los limpos. “BO é o mais difícil na hora do banho. Ele gosta de tomar, mas, meia hora depois, já está todo sujo de novo”, revela Silva.
Os cães não são treinados para trabalhar com os policiais, mas participam ativamente do dia a dia da delegacia. Há alguns meses, houve um incêndio em um dos veículos guardados no Ciops. Uma das hipóteses é de que tenha sido provocado propositalmente a fim de eliminar provas. “A primeira a nos avisar do fogo foi a TCO, que latiu até que fôssemos ver o que estava acontecendo”, relata o sargento. De acordo com o escrivão Rafael Maciel Monteiro, 30 anos, os cachorros também sabem reconhecer os bandidos na delegacia. “Eles ficam doidos quando trazemos algum preso. Mas adoram os policiais”, garante.