São Paulo, 22 - O psiquiatra e piloto de avião Augusto Fonseca da Costa perdeu o filho Vitor Augusto, de 19 anos, em um acidente com um avião experimental em janeiro de 2015. O jovem voava em um anfíbio Super Petrel LS, que sofreu uma pane e caiu em parafuso, colidindo com o solo após decolar do Aeroporto Luiz Dalcanalle Filho, em Toledo (PR).
O piloto constatou mais tarde que o fabricante da aeronave descumpriu uma notificação que ordenava a troca de uma mangueira de combustível antes do próximo voo. Um pequeno fragmento da mangueira se soltou e bloqueou a passagem de combustível, causando o acidente. O equipamento custou R$ 400 mil.
"Eu não teria comprado a aeronave sabendo que era tão precária. Só comprei porque o fabricante propagandeava que ela era certificada. Essas aeronaves experimentais podem ser fabricadas no fundo de quintal, ninguém fiscaliza", disse. O caso está sob investigação da Polícia Civil de Toledo.
Auxílio
Depois de perder o filho, Costa decidiu criar uma entidade para defender vítimas de acidentes com voos experimentais. A Associação Brasileira de Vítimas da Aviação Geral e Experimental (Abravagex), que iniciou as atividades neste ano, oferece assistência jurídica e até financeira aos familiares. "A legislação brasileira é altamente irresponsável por enquadrar estas aeronaves como experimentais apenas para que não sejam obrigadas a cumprir normas de segurança. Esses acidentes não são investigados pelos órgãos oficiais. É um crime."
A entidade quer discutir a reforma do Código Brasileiro de Aeronáutica para propor mudanças no registro dos aviões como experimentais. O esforço dela se une ao de entidades como a Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa), que pede na Justiça a proibição de venda de aviões experimentais.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.