Junho é reconhecido como o mês Mundial da Conscientização da Infertilidade e tem o objetivo de alertar a população para o problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um casal é considerado infértil quando não consegue engravidar após 12 meses mantendo relações sexuais sem o uso de métodos contraceptivos.
Estima-se que cerca de 15% dos casais enfrentam o problema, que pode ser agravado por hábitos de vida como o tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, obesidade e exposição ambiental a produtos químicos.
O adiamento da maternidade, realidade mundial, é outro fator importante atrelado à infertilidade, tendo em vista que mulheres diminuem sua capacidade fértil à medida que envelhecem.
No entanto, engana-se quem acha que a infertilidade está apenas relacionada à mulher. É que os fatores podem envolver problemas em homens e mulheres e, independente da causa, a abordagem sempre visa o casal.
Em geral, as causas femininas e masculinas respondem, individualmente, por 30% do diagnóstico de infertilidade. 20% dos casos também podem apresentar alterações masculinas e femininas e até 15% dos casos não apresentam uma causa aparente.
Causas da infertilidade feminina e masculina
Entre as alterações mais comuns identificados em mulheres ligados aos problemas para engravidar estão: alterações das tubas uterinas secundárias e infecções, distúrbios ovulatórios e a endometriose (presença de endométrio, o tecido eliminado durante a menstruação fora do útero).
A infertilidade masculina, por sua vez, está relacionada a alterações nos espermatozóides (produção ou movimentação reduzidas ou modificações na forma) assim como situações que obstruam a passagem dos espermatozóides e sua eliminação no sêmen. Tais alterações podem ser devido a doenças, infecções, problemas de saúde crônicos e/ou fatores ambientais.
Quando um casal deve procurar ajuda
A maioria dos casais fica na dúvida sobre a fase ideal para começar a se preocupar com a fertilidade. Infelizmente, não há nenhum método disponível capaz de medir adequadamente a fertilidade humana.
Alguns fatores, entretanto, servem de alerta. É o que explica a ginecologista do corpo clínico do Biocor Instituto, Márcia Mendonça Carneiro.
“Histórico de endometriose na família, alterações no espermograma, uso de medicamentos que podem interferir na fertilidade como os quimioterápicos e casais que já tiveram mais de dois abortos podem ser considerados fatores relevantes no diagnóstico da infertilidade, ressaltou a especialista.
Tratamento
A abordagem inicial do casal inclui investigação da função ovulatória, das trompas e do útero assim como um espermograma. A avaliação deve ser individualizada, levando em consideração a idade da mulher, há quanto tempo estão tentando engravidar e a opinião do casal.
O especialista em infertilidade deve informar ao casal sobre as modalidades de tratamento existentes e seus respectivos benefícios, custos e riscos. Independente do tratamento indicado, as taxas de gravidez dependem de inúmeros fatores, a exemplo do tipo de medicação usada na indução, resposta à medicação e presença de fatores associados, sendo a idade da mulher o principal.