Uma descarga elétrica pode levar a pessoa à morte ou provocar graves sequelas. Por isso, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) reforça as ações preventivas junto a construções, escolas e à população em geral para evitar riscos de choque elétrico.
Nesse sentido, o macroprojeto “Segurança de Terceiros” vem investindo em ações de conscientização e na regularização de instalações elétricas desde o ano passado.
Somente em ações de divulgação na mídia e nas redes sociais, além de palestras educativas, a Cemig investiu R$ 3 milhões visando resultados alinhados a um dos valores da companhia, que é o “respeito à vida”.
A boa notícia é que o número de pessoas acidentadas e de óbitos caiu, do ano passado para cá, na área de concessão da Cemig.
Se forem considerados os meses de janeiro a setembro de 2019, houve 55 feridos e 17 mortos em acidentes provocados pelo contato com a rede elétrica. Portanto, a redução alcançou 30,90% no índice de acidentados, já que no mesmo período de 2018 houve o registro de 72 feridos.
Além disso, apesar dos acidentes fatais persistirem, a quantidade óbitos por contato com a eletricidade também caiu. O número foi de 21 para 17 no período analisado, ou seja, uma queda de 23,52%.
Furtos de cabos e construções irregulares aumentam os riscos de acidente com a rede elétrica
Muitos dos casos de choque elétrico são causados, diretamente, por questões relacionadas às ações humanas. Entre elas, duas principais: o furto de cabos dos postes energizados e as construções irregulares, seja em área urbana ou rural.
O engenheiro de Segurança do Trabalho da Cemig, Demetrio Aguiar, comenta que por mais que sejam tomadas todas as medidas de prevenção, os riscos não são anulados.
Isso porque os cabos podem se romper pela queda de um galho, pela linha de cerol das pipas em atrito constante, pela batida de um carro que pode derrubar um poste e até pelos atos criminosos de pessoas que manuseiam fios energizados para furtá-los.
“Já vimos até casos de pessoas que penduravam as roupas na rede elétrica como se fossem varais. Há ainda as crianças que se arriscam para pegar suas pipas ou as pessoas que plantam árvores grandes embaixo da fiação e depois vão realizar a poda por conta própria”, comenta Aguiar.
Ele acrescenta que a substituição das redes convencionais por redes protegidas e isoladas vem sendo realizada, porém, ela é gradativa conforme a necessidade.
Nesse sentido, Aguiar ressalta que é fundamental que a população colabore, pois os riscos existem mesmo em redes com cabos subterrâneos. “Nesses também há casos de furtos ou até mesmo de máquinas do serviço público que vão realizar uma obra e acabam encostando nos cabos”, explica.
Dicas para evitar choque elétrico
Prudência nunca é demais. Acompanhe a seguir as principais dicas sobre como evitar choques elétricos em casa, em construções e nos espaços públicos.
Em casa
- Nunca use eletrodoméstico se você estiver com as mãos ou pés molhados, pois a água é condutora de eletricidade;
- Tome cuidado ao trocar uma lâmpada: nunca toque na parte metálica do bocal ou da rosca;
- Seja prudente ao realizar qualquer conserto nas instalações elétricas, desligando previamente o disjuntor;
- Não esqueça o ferro elétrico ligado por muito tempo, pois o aquecimento pode provocar um incêndio;
- Não faça gambiarras em casa: ao utilizar o T ou benjamin evite a sobrecarga do sistema.
Em construções
- Zele pela sua segurança e pela segurança dos trabalhadores, como o pintor, o calheiro ou o pedreiro;
- Ao instalar andaimes, mantenha uma distância segura dos postes da Cemig;
- Tenha cuidado ao manusear objetos metálicos (como escadas) próximo à rede elétrica;
- Mantenha a atenção quando operar caminhões com guindastes e caçambas próximo à fiação;
- Nunca perfure poços sob a rede elétrica: a broca poderá se aproximar dos fios ao ser retirada do solo;
- Lembre-se de consultar a Cemig antes de iniciar uma construção.
Na rua
- Oriente as crianças a não brincarem com pipas ou papagaios próximo à rede elétrica. Os brinquedos ficam presos na fiação e forçam as crianças a usarem materiais para retirá-los, o que pode ser fatal;
- Proíba seus filhos de usarem pipas com linhas de cerol. O material cortante pode causar acidentes com motociclistas e ainda ajudar a romper os cabos elétricos, que podem se partir e cair sobre alguém;
- Os fios, aliás, podem se partir pela ação do tempo, vandalismo e colisões. Portanto, nunca toque num fio partido e não tente socorrer ninguém que estiver enrolado numa fiação;
- Se estiver dentro de um carro e avistar uma colisão contra um poste, certifique-se que não há fios caídos antes de descer do veículo;
- Não escale árvores sem antes observar a existência de fios por perto, já que os galhos podem conduzir eletricidade e até matar;
- Nesse sentido, nunca realize a poda de árvores próximas à rede, mas sim ligue para a Cemig (116);
- Atente-se às queimadas próximas da rede elétrica, pois existe o risco de descargas elétricas. Ligue para o Corpo de Bombeiros (193) e aguarde os profissionais habilitados no combate;
- Nunca fique sob as torres de alta tensão; existem ocupações urbanas irregulares nas chamadas áreas de servidão das torres, porém, o risco de choque é grande.
Conscientização é fundamental
Como os riscos existem, por mais que eles sejam minimizados pela Cemig, a conscientização da população é vital. Nesse sentido, somente em 2019, 17 mortes poderiam ter sido evitadas na área dos 774 municípios mineiros atendidos pela Cemig se fossem tomados os devidos cuidados.
O engenheiro Demetrio Aguiar ressalta que muito já se evoluiu no cuidado com a rede elétrica. “Costumamos dizer que as normas técnicas foram escritas com canetas cuja tinta era o sangue. Isso porque as normas de segurança vieram com muito aprendizado”, comenta.
Portanto, em questão de segundos, uma atitude mal pensada, como a poda de uma árvore e a curiosidade ao avistar um fio caído próximo a um poste, podem custar uma vida.
“Temos ido em escolas, em construções ou em instituições para lembrar que todo cuidado é pouco”, ressalta Aguiar, complementando que as ações fazem parte da iniciativa “Minimizar os impactos na comunidade”, prevista nas ações da Cemig desde o ano de 2018.