O atendimento médico humanizado no ambiente hospitalar traz resultados positivos para todos os envolvidos: o médico, a equipe multidisciplinar, o familiar e, sobretudo, o paciente. Afinal de contas, o tratamento digno, embasado pela compaixão e respeito, impacta favoravelmente no diagnóstico, tratamento e cura.
Ainda mais quando pensamos no atual cenário. Com a pandemia da Covid-19, os pacientes contaminados têm de conviver com uma doença agressiva e até então desconhecida. O conforto que vem dos médicos e da equipe multidisciplinar dá segurança e confiança a todos os envolvidos.
Mas o que é humanização e como ela ocorre? Será que o olhar humanizado vem de berço ou pode ser aprendido pelo profissional de saúde, assim como ele desenvolve conhecimentos sobre as funcionalidades de um órgão?
O Centro Universitário UniBH, com mais de 50 anos de trajetória no ensino superior, tem como seus valores a empatia e o engajamento.
Assim, “colocar-se no lugar do outro, conectando-se com os seus objetivos, buscando soluções pautadas pela ética” torna a empatia um pilar que também norteia o curso de Medicina do UniBH. Outro valor, intrínseco ao mesmo curso, é o engajamento, que aborda como “assumir de forma comprometida e responsável os valores e objetivos da instituição com dedicação, energia, vontade e amor”.
Nesse sentido, o curso alia a tecnologia de ponta com a empatia para formar novos médicos, unindo o conhecimento técnico e o olhar voltado para as relações humanas.
Humanização: quando a relação deixa de ser centrada no médico
O atendimento humanizado pressupõe a qualidade do tratamento técnico e do relacionamento entre médico e paciente. O professor do curso de Medicina do UniBH e médico de Família e Comunidade, Eric Ávila, reflete sobre o termo “humanização”.
“A palavra pode parecer meio clichê ou redundante, já que estamos tratando da relação entre humanos. Mas quando buscamos detalhar os princípios, a gente encontra falta de compaixão, de solidariedade e de respeito em muitas delas. Assim, a gente percebe que há muitos vínculos aplicados de maneira vertical, em que o médico passa a ser o centro da relação”, comenta.
Entretanto, esse conceito reflete muito o relacionamento entre aluno e professor. Sendo assim, quando o professor se coloca como a figura central, sem ouvir o aluno, esse estudante acaba reproduzindo o modelo na sua atuação no mercado de trabalho quando se torna um médico, segundo muitas pesquisas que demonstram esse tipo de vínculo durante a graduação.
“Toda consulta médica é um encontro muito sagrado de pessoas que dividem saberes. De um lado, um especialista em medicina e, de outro, um especialista nele mesmo. A consulta só pode acontecer se houver harmonia entre os dois agentes. Os dois têm, portanto, um poder muito importante e que deve ser compartilhado, evitando assim a centralização somente em um dos pontos”, analisa Ávila.
Habilidade aprendida em sala de aula: o despertar do olhar humanizado
O curso de Medicina do UniBH é um dos melhores do país, atingindo nota 4 no Ministério da Educação (MEC). O curso consegue empregar recursos tecnológicos em sala de aula, como telessalas, com atendimento virtual e mesas de anatomia tridimensionais, juntamente com uma formação ética.
O professor Ávila lembra que as pessoas são muito diferentes e que, por isso, todos os anos o curso de Medicina recebe calouros vindos dos mais diversos contextos. Desse modo, ter um olhar empático junto ao futuro paciente é uma prerrogativa da graduação.
“Ter atitude ética e humana junto ao paciente é algo possível de ser desenvolvido ou vem de berço? Cada pessoa passa por uma vivência, é muito complexo se nós, como educadores, não pudermos abrir caminhos para que a pessoa também tenha atitude e não fique somente na esfera do desenvolvimento das competências ligadas aos saberes e às habilidades médicas propriamente ditas”, explica.
Portanto, esse viés ético não está presente apenas no curso de Medicina. O UniBH tem mais de 40 cursos (bacharelado, licenciatura e graduação tecnológica) que também seguem esse propósito.
Assim, por meio de parcerias com a comunidade, são desenvolvidas várias atividades que impactam positivamente na população carente mineira. Só para se ter uma ideia, os cursos realizam, em média, 1.000 atendimentos mensais gratuitos a esse público.
Nesse sentido, um diferencial do curso de Medicina do UniBH é a atividade assistencial prestada no Programa de Saúde da Família, em Minas Gerais, além de práticas humanizadas no desenvolvimento dos estágios realizados pelos futuros médicos.
Formação humanizada: toda a equipe de saúde sai ganhando
O atendimento humanizado nas clínicas e hospitais faz com que o paciente se sinta mais seguro e siga o tratamento prescrito. O familiar, por sua vez, fica mais tranquilo sobre o estado de saúde do ente querido. Mas quem também sai ganhando nessa relação é a equipe multiprofissional.
Segundo Eric Ávila, a concepção de atendimento humanizado faz com que o médico saia do centro das atenções e das decisões, reconhecendo melhor o trabalho exercido pelos integrantes da equipe multiprofissional, como o enfermeiro, o nutricionista, o fisioterapeuta e muitos outros.
“O profissional acaba reconhecendo a importância dos outros membros da equipe. Ele passa a entender a importância de profissionais como os agentes comunitários de saúde, que apesar de não terem uma formação técnica robusta como a dos médicos, são detentores de conhecimentos comunitários dos mais belos, de uma vivência inserida no seio de uma comunidade”, considera Ávila.
Médico e paciente: ambos são importantes no processo de tomada de decisões
Os alunos do curso de Medicina do UniBH entendem que o atendimento médico humanizado é um facilitador do diagnóstico e do tratamento do paciente.
Isso porque o médico que tem esse olhar empático ouve o paciente, não o interrompendo prematuramente enquanto ele está falando e fazendo o diagnóstico somente com base em casos anteriores.
Segundo o professor, isso favorece a decisão compartilhada. “Como nós falamos da importância de dividir saberes (de médico e de paciente), a decisão compartilhada é algo que tem sido muito trabalhada. A habilidade do profissional médico de simplificar as evidências científicas aos seus pacientes, a ponto de eles compreenderem os riscos e benefícios do tratamento, os torna agentes ativos no processo de decisão”, afirma.
Ávila exemplifica. “Se há dois medicamentos com efeitos parecidos sobre os sintomas, mas um deles tem um efeito colateral melhor absorvido pelo paciente, e ele entende isso por meio do esclarecimento do médico, o próprio paciente pode ajudar na escolha pela melhor prescrição. Isso sugere, portanto, que o tratamento será seguido, aumentando assim o sucesso da indicação médica”, ressalta o professor.