Quando Alexandre Alves da Silva, de 59 anos, deu entrada no hospital em 13 de fevereiro, ele já havia sofrido três paradas cardiorrespiratórias. Começava então uma corrida contra o tempo dentro da unidade de saúde para garantir que o paciente – que apresentava todos os sinais de ter sofrido um infarto –, recebesse a atenção adequada para aumentar as chances de sobrevivência.
A preocupação com um protocolo de atendimento que priorizou tanto a agilidade quanto a assertividade possibilitou que Alexandre, hoje com 60 anos, voltasse à rotina normal de trabalho e até mesmo a praticar as atividades físicas que ele tanto gosta.
A esposa de Alexandre lembra com detalhes do dia em que o marido se sentiu mal enquanto jogava peteca com amigos em um clube de Belo Horizonte. “Ele parecia bem. Tinha reclamado apenas de uma queimação no estômago, mas queria jogar uma última partida antes de irmos embora. Saí de perto dele, mas logo uma pessoa me chamou dizendo que ele estava passando mal. Quando cheguei, ele já estava caído, com parada cardíaca”, conta Luzia Antunes de Amorim Alves.
Os procedimentos iniciais de primeiros socorros foram feitos ainda no clube. Massagem cardíaca e também um desfibrilador externo automático (DEA) foram utilizados até a chegada da ambulância, que o encaminhou ao hospital com estrutura para atendê-lo.
“Ele foi atendido muito rapidamente. Fizeram vários exames e precisaram desobstruir uma artéria. Foram 18 dias no hospital mas, graças a Deus, ele está de volta”,comemora Luzia.
Para Henrique Patrus, coordenador geral do serviço de cardiologia da Rede Mater Dei, onde Alexandre foi internado, a agilidade no momento do atendimento e a precisão do diagnóstico são essenciais para elevar as chances de sobrevivência do paciente, tanto em casos de infarto quanto de outras doenças cardíacas. “Essa agilidade começa ainda na recepção, quando o paciente precisa ser identificado como urgência e uma suspeita de diagnóstico já tem de ser levantada pelo enfermeiro durante a triagem. A partir daí, há um protocolo específico a seguir pela equipe de especialistas”, explica o médico.
O tempo de atendimento em caso de infarto, por exemplo, precisa ser cronometrado de acordo com parâmetros internacionais, que estipulam até 90 minutos para reduzir as chances de mortalidade e lesões permanentes. A média de atendimento da Rede em 2018 é de 75,4 minutos. “A gente valoriza o cumprimento dessas metas, mede e busca melhorá-las sempre. Mas não podemos correr e errar. Por isso, o diagnóstico tem que ser assertivo”, destaca Patrus.
Para ajudar os especialistas nesse sentido, a tecnologia se torna uma aliada indispensável. Ter à disposição equipamentos para realização de exames como ecocardiografia, ergometria, ergoespirometria e MAPA, Holter e Tilt Test, medicina nuclear, tomografia cardíaca e ressonância magnética podem ser determinantes para um diagnóstico preciso em caso de cardiopatias.
Além de toda a estrutura necessária para atendimento de urgências e emergências, que inclui unidades de internação, pronto-socorro cardiológico e um centro de terapia intensiva cardiovascular, o hospital desenvolve programas voltados para prevenir a ocorrência de problemas cardíacos graves. Na Rede Mater Dei, pacientes contam, por exemplo, com o check-up cardiológico, que fornece uma avaliação preventiva e diagnóstico precoce de doenças do coração.
Outro programa, denominado Mais Saúde, cuida de quem já tem diagnóstico, como é o caso de pessoas com insuficiência cardíaca, arritmias, marca-passo cardíaco, colesterol muito alto ou outras doenças. Nesse caso, segundo Henrique Patrus, os pacientes recebem um cuidado especial que proporciona mais qualidade de vida e evita que novos eventos aconteçam.
No caso de Alexandre, que passou por um grande susto no início do ano, prevenir se tornou palavra de ordem. Segundo Luzia, o marido já voltou ao trabalho de bancário, retornou às quadras para jogar peteca, mas segue uma rotina de cuidados com o coração. “Ele toma os remédios e faz consultas periódicas. Também reduziu o sal da alimentação e está se exercitando, como sempre gostou de fazer. Hoje posso dizer que ele já está praticamente 100%”, comemora.