O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte entre adultos no Brasil, responsável por 10% dos óbitos no país, segundo dados do Ministério da Saúde. A batalha para reduzir este número passa diretamente pelo reconhecimento rápido dos sintomas e por um atendimento de excelência ao dar entrada em um hospital. Foi justamente o que salvou o estudante de administração Leandro de Vasconcelos Messias, de 35 anos.
Em março de 2017, Leandro deu entrada no pronto-socorro da Rede Mater Dei depois de sentir dores no pescoço, queda de pressão e formigamento do lado esquerdo do corpo.
Quem o vê hoje levando uma vida normal não imagina que ele foi vítima de um AVC, doença que deixa cerca de 70% das vítimas sem condições de retornar ao trabalho devido às sequelas. A recuperação bem sucedida pode ser atribuída ao atendimento ágil e preciso dentro do hospital.
Quem o vê hoje levando uma vida normal não imagina que ele foi vítima de um AVC, doença que deixa cerca de 70% das vítimas sem condições de retornar ao trabalho devido às sequelas. A recuperação bem sucedida pode ser atribuída ao atendimento ágil e preciso dentro do hospital.
“A agilidade com que me atenderam e os exames precisos foram determinantes. Conseguiram saber exatamente onde estava o coágulo e a cirurgia foi precisa, fazendo com que meu cérebro voltasse a ser irrigado rapidamente”, lembra o estudante.
O tempo entre o surgimento dos sintomas de Leandro e o deslocamento dele até o hospital foi essencial para que o tratamento evitasse qualquer sequela. No entanto, segundo a Organização Mundial do AVC, estima-se que 70% das pessoas não reconhecem corretamente os sinais da doença e 30% demoram mais de 24 horas para procurar assistência médica.
“Tempo é primordial. E o tempo que temos para fazer os tratamentos que possam minimizar ou reverter as consequências do AVC é muito curto”, alerta o coordenador do serviço de neurologia do Mater Dei Contorno, Gustavo Daher.
O médico explica que o intervalo entre a chegada ao hospital e o início do tratamento - chamado de Porta-Agulha - pode salvar uma vida. “Quando a equipe do hospital é treinada e equipada para diagnosticar e tratar rapidamente o paciente, o risco de morte diminui e as chances de o paciente voltar a ser independente aumentam muito”, afirma Daher.
O médico explica que o intervalo entre a chegada ao hospital e o início do tratamento - chamado de Porta-Agulha - pode salvar uma vida. “Quando a equipe do hospital é treinada e equipada para diagnosticar e tratar rapidamente o paciente, o risco de morte diminui e as chances de o paciente voltar a ser independente aumentam muito”, afirma Daher.
O ideal é que o paciente com sintomas de AVC seja atendido em menos de uma hora. “É o que chamados de ‘hora de ouro’. Nesse período a equipe deve conseguir realizar todo o procedimento. Por isso é tão importante o treinamento nos hospitais”, esclarece o coordenador.
Na Rede Mater Dei, por exemplo, o tempo médio para o paciente receber o tratamento trombolítico -medicamento que dissolve o coágulo e restabelece o fluxo sanguíneo - a partir da chega na unidade hospitalar é de 46 minutos, mais rápido que a meta da Organização Mundial do AVC, que é de 60 minutos. “Buscamos a eficiência. O profissional de enfermagem é capacitado para perceber um possível AVC assim que o paciente dá entrada na unidade e, em seguida, temos um código que aciona todos os setores para receber a vítima”, esclarece Daher.
O neurologista da Rede Mater Dei Henrique Freitas da Silva explica o motivo de as chances de sobrevivência de um paciente com AVC diminuírem quando o socorro não é prestado rapidamente. “No AVC, uma área do cérebro deixa de receber sangue com nutrientes e oxigênio. Dessa forma, os sintomas decorrem da disfunção da área acometida e variam muito de acordo com a localização. Se uma área deixa de receber sangue, ela deixa de funcionar rapidamente”, diz o médico.
Silva ressalta que o tratamento precoce é o que vai garantir que o dano ao cérebro seja menor. “É muito importante que isso seja feito rapidamente”, diz. O neurologista orienta que o paciente com suspeita de AVC deve ser levado imediatamente ao hospital. Na unidade, ele precisa ser submetido a exames laboratoriais rapidamente, além de passar por uma tomografia de crânio, capaz de identificar se o AVC é isquêmico ou hemorrágico.
Se o AVC detectado for isquêmico, o mais comum, há uma série de medidas que podem ser adotadas nas primeiras horas para diminuir a extensão do dano. Isso envolve desde o uso de medicamentos que podem ser usados até 4,5 horas depois do início dos sintomas, até cirurgias, que podem ser realizadas até seis horas, com possibilidade de extensão para até 24 horas, contadas a partir do início dos sintomas em casos selecionados. “Hoje, muitos pacientes que tiveram AVC levam vida normal, com pequenas sequelas e pequeno impacto na qualidade de vida”, observa Silva.
Como identificar
O acidente vascular cerebral ocorre quando há o comprometimento do fluxo sanguíneo no sistema nervoso central. No AVC isquêmico, tipo mais comum da doença, um coágulo obstrui ou reduz drasticamente a circulação no vaso.
No caso do AVC hemorrágico, conhecido popularmente como “derrame”, acontece a ruptura do vaso e o sangue se espalha para o interior do cérebro.
No caso do AVC hemorrágico, conhecido popularmente como “derrame”, acontece a ruptura do vaso e o sangue se espalha para o interior do cérebro.
Pessoas acima de 60 anos têm maior chance de sofrer um AVC, mas a doença também atinge os mais jovens e pode vitimar até mesmo crianças. É preciso ficar atento aos sintomas, que surgem logo que o acidente vascular cerebral acontece.
Os sinais mais comuns são: fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna (principalmente em um dos lados do corpo); confusão; alteração da fala; dificuldade de compreensão; alteração na visão; tontura; alteração na coordenação e equilíbrio; dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente.
Alguns fatores aumentam os riscos de uma pessoa sofrer um AVC ao longo da vida. A Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares destaca os mais preocupantes.
Além da idade, sedentarismo, uso de álcool e drogas, tabagismo, colesterol alto e diabetes elevam os riscos do surgimento da doença. Quem já sofreu um AVC ou princípio de derrame ou tem diagnóstico de problemas cardíacos também deve redobrar os cuidados com a saúde.
Além da idade, sedentarismo, uso de álcool e drogas, tabagismo, colesterol alto e diabetes elevam os riscos do surgimento da doença. Quem já sofreu um AVC ou princípio de derrame ou tem diagnóstico de problemas cardíacos também deve redobrar os cuidados com a saúde.