Por 14 votos favoráveis e um voto em branco, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) foi eleito, na tarde desta quarta-feira, presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. A vice-presidência ficou com o senador Jayme Campos (DEM-MT), que recebeu 13 votos. Souza já presidiu o Conselho em duas ocasiões e ficou conhecido por mandar arquivar os processos que passaram pelo colegiado. Nesta quarta-feira, o senador afirmou que está disposto a ''cortar na própria carne''. ''Nos momentos mais difíceis, temos que julgar nossos colegas, mas vou buscar o equilíbrio", afirmou.
Já o senador Jayme Campos é alvo de duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF), uma delas por suspeita de integar o esquema de fraudes em licitações na compra de ambulâncias, que ficou conhecido como ''máfia dos sanguessugas''. Na época, ele era o prefeito de Várzea Grande (MT). Ao ser eleito senador, ganhou foro privilegiado e o processo foi encaminhado ao STF. Ao ser eleito, o senador afirmou alegou incoência no caso e disse que o processo contra ele tem ''viés político''. Além dele, outros sete integrantes do colegiado respondem a processos no STF: Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO), Mário Couto (PSDB-PA), Gim Argello (PTB-DF), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Nesta quarta-feira, o senador Renan Calheiros evitou comentar sua participação no Conselho. Ele já foi alvo de cinco processos por quebra de decoro parlamentar no Senado. O colegiado, que conta com 15 integrantes e 15 suplentes, tem a atribuição de zelar pelo cumprimento da ética e do decoro por parte dos senadores.