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Estado de Minas

Professores cobram cumprimento de lei que garante piso salarial

Para exigir cumprimento de lei por prefeitos reunidos na 14ª Marcha em Defesa dos Municípios, Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação promete levar nesta quarta 1,6 mil a Brasília


postado em 11/05/2011 06:00 / atualizado em 11/05/2011 06:11


Os prefeitos que participam da 14ª Marcha em Defesa dos Municípios levaram para Brasília várias reclamações e pedidos. O aumento no repasse de verbas municipais, a distribuição dos royalties do petróleo e a regulamentação da Emenda 29, que prevê mais recursos para a saúde, serão reivindicações feitas ao governo federal por cerca de 2,2 mil chefes de Executivo que chegam ao Planalto com discurso afiado. No entanto, eles também terão que dar explicações e assumir compromissos com professores e educadores, que andam insatisfeitos. Um movimento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) reúne nesta quarta-feira, também na capital federal, cerca de 1,6 mil professores para cobrar dos prefeitos o cumprimento da lei que garante o piso salarial da classe.

Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela constitucionalidade do piso salarial nacional para os professores da rede pública, entendendo que o valor deveria levar em consideração apenas o vencimento básico, sem levar considerar benefícios adicionais, como vale-refeição e gratificações. O tribunal julgou a ação direta proposta pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará, que alegaram falta de verbas para cumprir o piso e pediram que os benefícios fossem contabilizados no salário dos professores. A ação que tramitava no tribunal foi usada por muitos prefeitos como desculpa para atrasar o ajuste salarial.

“Chegou a hora de os prefeitos pararem de adiar a aplicação da lei. O piso foi sancionado há dois anos, mas efetivamente ainda não entrou em vigor. A lei foi questionada e levada ao Supremo, com alegações de que seria impossível para os administradores conseguir fechar contas e previsões orçamentárias. Mas essas mesmas contas mostram que os municípios e estados podem pagar o valor definido e, caso não consigam, o MEC entraria com recursos para ajudar nos gastos”, afirmou o presidente da CNTE, Roberto Franklin Leão. Segundo ele, “isso mostra que o problema não é a falta de recurso, os grandes problemas são os desvios de verbas, licitações irregulares em merendas e vários tipos de ações que tiram da educação o que é garantido por lei”.

A comitiva mineira será a maior do país, com cerca de 1 mil professores estaduais e municipais, que já garantiram participação no movimento em Brasília. “A adesão dos professores nessa paralisação é muito importante, aqui em Minas a classe está mobilizada para conseguir suas reivindicações. Como dependemos da atuação dos prefeitos e governadores na liberação das verbas para nossa área, vamos cobrar deles um planejamento orçamentário que atenda ao que já é definido por lei”, afirma Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindiute-MG). Na semana passada, os professores foram à Assembleia Legislativa para uma audiência pública sobre o piso salarial no estado e depois de entrarem em atrito com alguns deputados a sessão teve de ser interrompida.

Pressão no Congresso

Além das cobranças sobre os prefeitos, os professores também vão reivindicar junto aos parlamentares apoio para o Plano Nacional de Educação (PNE), enviado ao Congresso no ano passado e não votado. O plano tem validade de 10 anos e estabelece 20 metas para todas as modalidades da educação brasileira, como, por exemplo, a alfabetização de todas as crianças até, no máximo, 8 anos, a implementação da escola em tempo integral para as instituições de ensino básico e a ampliação progressiva do investimento público até atingir o mínimo de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com revisão desse percentual em 2015.

“O projeto coloca em cheque não só os investimentos na educação, mas também a transparência com as contas públicas. Não temos outra saída para o Brasil, temos que assumir os compromissos com urgência, é uma obrigação de todos os prefeitos, independentemente dos partidos. Queremos mobilizar nossos representantes para acordar para a questão da qualidade na educação”, diz Roberto Leão.

Estão programados para esta quarta-feira, às 9h, um ato dos professores em frente ao Congresso e uma reunião com o ministro da educação, Fernando Haddad. Depois, eles visitam gabinetes e participam, às 14h30, de audiência pública na Câmara. No fim da tarde, os professores apresentam suas demandas aos prefeitos que participam da marcha. Atualmente, o piso dos professores é de R$ 1.187,97 mensais para 40 horas por semana, segundo o Ministério da Educação.


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