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Estado de Minas

Ex-senador do Amapá integra conselho da Gasmig e se ausentou até da reunião em que foi nomeado


postado em 04/06/2011 07:00 / atualizado em 04/06/2011 08:13

Papaléo Paes (esquerda) é médico e mora a 3,5 mil quilômetros de Minas(foto: Daniel Ferreira/CB/D.A press - 9/10/07)
Papaléo Paes (esquerda) é médico e mora a 3,5 mil quilômetros de Minas (foto: Daniel Ferreira/CB/D.A press - 9/10/07)


Candidato derrotado ao Senado pelo Amapá, o ex-senador João Bosco Papaléo Paes (PSDB) foi nomeado membro titular do Conselho de Administração da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), empresa que pertence à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Morando a cerca de 3,5 mil quilômetros de Minas Gerais, o tucano, que é médico cardiologista, recebe R$ 6.616 mensais para dar conselhos administrativos para a Gasmig. Ele foi nomeado em 29 de abril, durante reunião do conselho.

No dia de sua nomeação, Papaléo Paes não estava presente, segundo ata da reunião obtida com exclusividade pelo Estado de Minas. Um dos presentes era o presidente da Gasmig, Fuad Noman, ex-secretário de Transporte e Obras Públicas na gestão de Aécio Neves, e companheiro de legenda de Papaléo Paes.

De acordo com informações da assessoria de comunicação da Gasmig, Papaléo foi indicado como integrante do conselho da empresa pela Cemig, sócia majoritária da empresa de gás mineira, presidida desde o governo Itamar Franco (PPS) por Djalma Moraes. Recentemente, a Cemig indicou o ex-deputado federal Raul Jungmann, também derrotado nas eleições, integrante do conselho da Light, concessionária de energia do Rio de Janeiro. A Cemig também é acionista majoritária da Light. Jungmann preside o PPS de Pernambuco, partido aliado do PSDB em Minas e no Congresso Nacional. Na disputa pelo comando do PSDB, Papaléo fez parte do grupo ligado a Aécio, que ganhou no fim do mês passado a disputa pelo comando nacional da legenda contra os apoiadores de José Serra (SP).

No dia da nomeação de Papaléo, outros conselheiros titulares também foram escolhidos, todos residentes em Belo Horizonte ou região metropolitana. De acordo com a ata, Papaléo Paes é o único “residente e domiciliado em Macapá”, capital do Amapá. Também é o único médico entre os indicados. Os outros titulares são economistas, administradores, engenheiros elétricos e advogados. O conselho de administração da Gasmig se reúne de dois em dois meses, esporadicamente podem haver outros encontros , e seus integrantes podem participar das reuniões por meio de videoconferência.

A reportagem tentou localizar no Amapá o ex-senador para falar sobre sua nomeação, mas não obteve sucesso. Ele também foi procurado no escritório político que mantém em Belém, no Pará, mas de acordo com seu secretário, que se identificou como Otaviano, Papaléo trocou recentemente o celular e ele não tinha o número do novo aparelho. A reportagem tentou ainda falar com ex-parlamentar na clínica médica da família em Belém (PA), mas o telefone caía na caixa postal. Ele estava cotado para assumir uma pasta no governo de Camilo Capiberibe (PSB), eleito ano passado governador do estado, mas divergências entre o partido do governador e o PSDB emperraram sua nomeação.

O bloco de oposição ao governo que se auto-intitula Minas sem Censura disse que vai apresentar requerimento na Comissão de Minas e Energia da Assembléia pedindo explicações sobre os critérios adotados para a escolha de Papaléo Paes para o cargo de conselheiro. O bloco é o autor da denúncia na comissão da nomeação do ex-senador.


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