O lobby dos juízes do País conta com a ajuda da irmã do líder do governo no Senado e de um deputado polêmico conhecido pela sua atuação nos bastidores. Os magistrados chegaram até a ameaçar uma greve pelo fato de o Congresso não votar reajustes para a categoria, mas estão investindo cada vez mais na negociação política para tentar tirar seus interesses do papel.
A atuação dela tem gerado incômodos. Funcionários do Senado comentam que ela usa a influência do irmão para conseguir audiências. Recentemente, o presidente da AMB, Nelson Calandra, esteve com senadores do DEM, PSDB, PP, PT e PMDB. A entidade confirmou que o papel da irmã de Jucá é marcar reuniões com parlamentares. Helga não é contratada diretamente pela entidade, tendo um contrato de prestadora de serviços. Os valores não foram revelados pela AMB.
Desde quarta-feira da semana passada, a reportagem tenta, sem sucesso, falar com Helga na ANTT, onde ela deveria cumprir uma carga de 40 horas semanais.
Ajufe
Outra entidade que representa magistrados, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe), recorreu aos préstimos de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado envolvido em diversas polêmicas, como a acusação de tráfico de influência em Furnas. O parlamentar diz ser somente um “apoiador” da magistratura. “Minha ligação é institucional, não tem nada de mais.”
A Ajufe também qualifica como “institucional” a ação do deputado junto ao Congresso. A entidade nega que esteja tentando se beneficiar das articulações de Cunha. A principal demanda dos juízes no Congresso é por aumento de salários.
Benefícios
Nessa quainta, os integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovaram o texto de uma resolução que amplia as vantagens dos magistrados e permite o pagamento imediato desses privilégios pelos tribunais brasileiros.
Com isso, os juízes de todo o País passarão a receber, além do salário superior a R$ 20 mil, auxílio-alimentação e poderão, ainda, vender e embolsar 20 dos 60 dias de férias a que têm direito anualmente. Também poderão tirar licença remunerada para fazer cursos no exterior e não remunerada para tratar de assuntos pessoais.