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Estado de Minas

Anastasia busca investimentos na Alemanha e no Japão

Governador viaja ao Japão e Alemanha e anuncia empreendimento de R$ 31 mi da Caterpillar em Minas


postado em 23/07/2011 06:00 / atualizado em 23/07/2011 07:45

O governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) embarca neste sábado para o Japão e a Alemanha, em busca de novos investimentos para o estado, principalmente nas áreas de agronegócio, mineração, indústrias e serviços. Acompanhado de dois secretários de estado e uma comitiva de empresários de Minas Gerais, ele terá uma série de encontros e visitas para viabilizar ou confirmar empreendimentos como o da alemã Mercedes-Benz, que vai transformar sua plataforma em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em produtora de caminhões. A mudança, para o governador, deve impulsionar o polo industrial da região.

Antes de viajar, Anastasia anunciou um investimento de R$ 31,5 milhões da multinacional norte-americana Caterpillar em Minas Gerais. A empresa MGE Equipamentos, integrante do grupo, vai instalar uma fábrica de produção de locomotivas em Sete Lagoas para exportação. O investimento, que vai gerar 510 empregos diretos, começa este mês e a unidade deve entrar em funcionamento em janeiro de 2012.

Em entrevista ao Estado de Minas, o governador Antonio Anastasia voltou a criticar o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) à ampliação da Medida Provisória 512, que incluiria municípios mineiros da área da Sudene em incentivos tributários para a instalação de empresas. Segundo o tucano, Dilma abriu um “precedente grave”, pois nunca um governo usou de um benefício federal para privilegiar um estado (Pernambuco) em detrimento de outros.

Japão

Fui convidado pelo governo japonês, e o objetivo é exatamente estreitar as relações econômicas, culturais e políticas com Minas Gerais. O Japão atravessou uma fase difícil este ano e ainda atravessa, mas as oportunidades são muitas, porque é um país que tem muitos investimentos em Minas Gerais – Usiminas, Cenibra, Jaíba, Panasonic, Sumitomo –, e o objetivo nosso é mostrar Minas como um campo de alternativas para os investimentos japoneses. Sem prejuízo de outras nações amigas, sabemos que o relacionamento de Minas com o Japão é muito próximo. Novas oportunidades na área de agronegócios, mineração e de investimento em equipamentos são viáveis. Há alguns investimentos previstos na área de mineração e agronegócio, mas vamos confirmar nas tratativas que teremos lá.

Alemanha

Vamos a convite da Mercedes um dia só, na volta, para conhecer a fábrica de caminhões em Stuttgart, porque estão transformando a fábrica deles em Juiz de Fora de automóveis em unidade de caminhões. Vamos ver quais os tipos de equipamentos e veículos vão produzir aqui. Ao mesmo tempo lá existem muitos mineiros que foram treinar e se qualificar. 

Polo industrial da Zona da Mata

Agora se consolida, porque caminhão é um segmento do mercado que só cresce. Acho que a Mercedes fez uma boa opção, transformou a plataforma da fábrica em veículos pesados e é uma plataforma muito boa. O caminhão Mercedes tem uma tradição grande, uma qualidade reconhecida, então acho que agora aquela fábrica, que não foi como nós todos queríamos, vai se desenvolver muito e ajudar a desenvolver o polo da Zona da Mata. Serão investimentos de US$ 500 milhões e milhares de empregos.

Fábrica da BMW

Primeiro, não existe uma decisão firme de construir fábrica ou não no Brasil. Como fomos procurados pela BMW, como por outras empresas automotivas apresentamos uma proposta, mas não há ainda decisão por parte deles que nos tenha sido comunicada.

Sudene Mineira

O objetivo desta nova Sudene mineira é, na medida das nossas possibilidades, que são os instrumentos econômicos que o estado tem e que não são muitos – porque o grosso deles pertence à União –, é criar um estilo mais permanente para que as empresas, especialmente as indústrias, possam se consolidar no grande Norte por meio da redução do ICMS e também de fundos estaduais. Minas tem recebido muitos investimentos recentemente e, no momento que criou um diferencial tributário e de incentivos para o Norte, há essa possibilidade (de um boom na região). Já recebemos agora a Alpargatas, a Marluvas se instalou em Capitão Eneias. O Norte está recebendo investimentos muito grandes em infraestrutura, estradas, reformas dos aeroportos, melhoria da educação, então isso tudo atrai. E, claro, com uma mão de obra qualificada, que não é tão cara quanto a de São Paulo, por exemplo.

MP 512

Não digo que (a Sudene mineira) é uma resposta ao governo federal, mas nós também não podemos ficar parados. Se o governo federal lamentavelmente não quis estender para o Norte de Minas os benefícios daquela medida provisória (a MP 512, que criou incentivos fiscais para o Nordeste e deixou Minas de fora), temos que tomar as nossas e uma delas foi justamente essa, com o objetivo de, na esfera de nossa competência, demonstrarmos que o grande Norte é prioridade. Acho que o governo federal abriu um precedente que é delicado e até grave, porque, pela primeira vez na história, como se diz, usou um benefício fiscal federal a favor de um estado e em detrimento dos outros. Esse foi nosso lamento. Houve uma boa resposta do Congresso, que, capitaneado pelo senador Aécio Neves, apresentou uma emenda que teve apoio de todos os partidos da nossa bancada e da assembleia unanimemente, governo e oposição, mas lamentavelmente teve o veto. 

Atração de empresas

Acabo de comunicar ao prefeito de Sete Lagoas que a Caterpillar escolheu Minas e a cidade para a sua nova fábrica de locomotivas. Isso ainda está sendo processado, mas é um investimento já anunciado por ela. Estamos com investimentos importantes, a própria Dow Chemical, em parceria com os japoneses, inclusive. Então, estamos tendo várias tratativas de atração de empreendimentos e estamos querendo colocar Minas no centro das atenções de grandes empresários nacionais e internacionais. Estão sendo várias as negociações nas mais diversas áreas.

Responsabilidade Fiscal

Houve uma alteração contábil, em razão de uma portaria da Secretaria de Tesouro Nacional, que outros estados já estavam fazendo, mas nenhuma mudança financeira e orçamentária. Os nossos limites vão continuar os mesmos. Determinei à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão que faça, inclusive, a publicação dos dois indicadores. Porque, do contrário, acha-se por uma ilusão que, por uma manobra contábil, nós vamos aumentar os valores expedidos. Nós temos que tomar muita cautela, porque nós temos uma grande responsabilidade com os servidores, que é manter o pagamento em dia. O que hoje é uma normalidade, já é uma rotina, não era até uns anos atrás. Ao contrário, sempre houve muito atraso. Não podemos jamais voltar. Até porque é exatamente esse modelo de boa gestão que tem permitido a atração de novas empresas para o estado, que reconhece na nossa governança um bom artigo.

Reajustes

Sou o primeiro a reconhecer que os servidores, como todos os empregados do setor privado, precisam e merecem sempre ganhar mais, mas dentro dos limites que permite a realidade financeira do estado. Muitas pessoas não compreendem e dizem: “Ah, mas o estado cresceu 10,5%, o PIB cresceu muito”. É verdade. A atividade econômica do estado cresceu muito. Mas sobre a mineração, por exemplo, nós não recebemos um centavo de ICMS, porque o minério é exportado e a Lei Kandir não nos dá o ressarcimento. O café, que vive um momento também tão bom, graças a Deus, com valor muito alto da saca, também acaba rendendo pouco de ICMS, porque a Lei Kandir exclui tributos sobre o que é exportado in natura. Então, resultado: é uma economia que melhora, mas, mesmo assim, não temos condições, por sermos um estado grande e populoso, de fazer frente a todas as necessidades do funcionalismo como gostaríamos.

Greves

Greves são naturais. Eu sou servidor público de carreira, sou funcionário há 25 anos. Greves aconteceram durante os oito anos de governo Aécio, nos anos de governo Itamar, Eduardo (Azeredo), Hélio Garcia. As greves fazem parte do dia a dia do servidor. Nós apresentamos respostas possíveis e adequadas. As instituições, com bom senso, perceberam. Fizemos grande esforço na área de segurança pública e aprovamos em janeiro um aumento expressivo para educação. O impacto na folha foi de R$ 1,4 bilhão. Nós conseguimos que ninguém tivesse menos de 5% de aumento, e mais da metade dos professores tiveram mais de 15% de aumento na nova modalidade do subsídio. Então, nós conseguimos avançar positivamente.

Crise nos Transportes

É preocupante para qualquer cidadão brasileiro observar um problema grave. Não posso entrar nos meandros das decisões do governo federal, mas, como governador, tenho de cobrar as obras permanentemente. Todos os gargalos maiores da infraestrutura física mineira são de responsabilidade do governo federal, não só as viárias, mas o metrô e o aeroporto de Confins. A presidente (Dilma Rousseff) me disse várias vezes que é prioridade, que eu posso ficar despreocupado, porque os mineiros vão ver as obras acontecendo. Nós estamos aguardando. Eu conversei ontem (quinta-feira) com o novo ministro dos Transportes e disse que o estado está aqui, colaborativo, fazendo parcerias, mas lembrando que é fundamental resolver esse caso. Até porque nós tivemos no semestre passado um caso muito grave que foi a queda da ponte (na BR-381), o maior incidente na história do estado, que demonstrou um mau cuidado do governo federal com as nossas estradas.

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