*Atualizada às 17h36
A Prefeitura de Belo Horizonte tem até 25 de novembro para enviar à Câmara Municipal um projeto de lei para viabilizar a contratação de 20 mil funcionários que vão substituir profissionais que não fizeram concurso público. Denúncias feitas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel) levaram o Ministério Público a firmar com a PBH, um termo de ajustamento de conduta (TAC) para regularizar a situação dos terceirizados. Assinaram o documento o prefeito Marcio Lacerda (PSB), o procurador-geral do município, Marco Antônio Rezende, e secretários municipais.
A prefeitura informou, por meio da assessoria de imprensa, que vai cumprir o TAC e abrir concurso para várias áreas da administração. O Edital 02/11, para a seleção de profissionais da saúde, foi divulgado em 9 de agosto. Um edital para a área da educação já está sendo elaborado, ainda sem previsão para a publicação. “Infelizmente, a contratação de temporários já se tornou comum”, comenta o promotor Eduardo Nepomuceno. O acordo entre o MP e a PBH prevê que os contratos administrativos já feitos deverão ser extintos em até 30 dias após a posse dos servidores nomeados nos próximos concursos. A prefeitura tem até 31 de dezembro de 2012 para cumprir o acordo. Do contrário, poderá ser multada em R$ 10 mil por dia de atraso até que todos os contratos irregulares sejam extintos.
Vantagens
“O TAC é título executivo extrajudicial. Tem a mesma força de uma sentença; deixa de aplicar penalidade em relação à conduta anterior. Essa é grande vantagem para o gestor”, explica o advogado Henrique Carvalhais da Cunha Melo, da Procuradoria de Sete Lagoas.
Para Eduardo Nepomuceno, o TAC “dá efetividade ao princípio constitucional de acesso aos cargos públicos, permitindo que cidadãos interessados em ingressar na administração pública o façam” . Entretanto, na visão da presidente do Sindibel, Célia de Lélis, “a prefeitura têm driblado o MP”. “Ela assume o TAC mas não cumpre.”