Desde a sua passagem pela Terra, Jesus Cristo fomenta debates em torno de suas pregações e da própria fé católica. Em Bocaiúva, cidade de 44,4 mil habitantes, no Norte de Minas, Jesus está no centro de uma polêmica, não por questões religiosas, mas por razões políticas e administrativas. Uma estátua do Cristo Misericordioso, de 38 metros de altura – a mesma altura do Cristo Redentor, do Rio de Janeiro –, construída há três anos, no fim da gestão do ex-prefeito Alberto Caldeira (PMDB), continua inacabada. O atual prefeito, Ricardo Veloso (PSDB), adversário ferrenho do antecessor, avisou que não vai realizar os serviços previstos no projeto original porque, para ele, “isso não é prioridade”.
Veloso enumera as prioridades dele: asfalto, educação e saúde. Com esse pensamento, praticamente não fez qualquer esforço para terminar a obra, projetada para ser uma atração turística da cidade, deixando-a na mesma condição que a encontrou quando tomou posse, em janeiro de 2009. Distante 380 quilômetros de Belo Horizonte, Bocaiúva é a terra do legendário político José Maria Alkmin e do sociólogo Hebert de Souza, o Betinho.
Na época da construção da estátua em Bocaiúva, em 2008, o então prefeito Alberto Caldeira divulgou que o monumento iria fazer parte de um “complexo turístico”, incluindo também centro de artesanato, restaurante, lanchonete e quadra poliesportiva, com investimento total de R$ 875 mil, envolvendo recursos da prefeitura e do governo federal. Como não conseguiu eleger o sucessor, Alberto Caldeira acelerou ao máximo os serviços do monumento no fim de 2008, para deixá-lo como uma das marcas da sua gestão, mas não conseguiu concluir a obra.
Ferros à mostra
A estátua pode ser vista de qualquer parte de Bocaiúva, mas, quando alguém se aproxima do local, no ponto mais alto da cidade, no Bairro Zumbi, encontra somente a escultura, ainda sem pintura, e com ferros à mostra na extremidade da base. Nada de centro de artesanato, restaurante, lanchonete ou quadra. “Mas o que estava previsto no projeto foi feito” , alega Veloso, que sustenta já ter sido apresentada à Caixa Econômica Federal a prestação de contas de R$ 200,7 mil destinados ao centro de artesanato. O prefeito diz que não houve liberação de recursos para restaurante e lanchonete.
“A obra está totalmente inacabada”, sustenta, no entanto, o ex-prefeito. Segundo Caldeira, o projeto original previa a construção de uma escada pelo lado interno da estátua, dando condições para a subida até o ponto mais alto da escultura, onde deveria funcionar uma espécie de mirante, e ainda iluminação diferenciada. As obras complementares estariam a cargo da prefeitura. “Deixamos em caixa R$ 300 mil para o centro de artesanato e projeto pronto para captação de mais R$ 200 mil por meio de convênios com o governo federal”, alega. Veloso desafia: “É mentira. Gostaria que ele mostrasse o extrato bancário dos R$ 300 mil em caixa e a documentação sobre projetos para a assinatura de novos convênios”.
O prefeito não pretende gastar mais dinheiro com a estátua, baseado em entendimento de sua assessoria jurídica de que não podem ser usados recursos públicos com obra de cunho religioso, reiterando que na discussão do orçamento participativo, os moradores elegeram outras prioridades. Por outro lado, ele diz que já manteve entendimentos com Igreja Católica para que seja construída uma capela junto ao monumento, o que estimularia o turismo religioso.
Veloso enumera as prioridades dele: asfalto, educação e saúde. Com esse pensamento, praticamente não fez qualquer esforço para terminar a obra, projetada para ser uma atração turística da cidade, deixando-a na mesma condição que a encontrou quando tomou posse, em janeiro de 2009. Distante 380 quilômetros de Belo Horizonte, Bocaiúva é a terra do legendário político José Maria Alkmin e do sociólogo Hebert de Souza, o Betinho.
Na época da construção da estátua em Bocaiúva, em 2008, o então prefeito Alberto Caldeira divulgou que o monumento iria fazer parte de um “complexo turístico”, incluindo também centro de artesanato, restaurante, lanchonete e quadra poliesportiva, com investimento total de R$ 875 mil, envolvendo recursos da prefeitura e do governo federal. Como não conseguiu eleger o sucessor, Alberto Caldeira acelerou ao máximo os serviços do monumento no fim de 2008, para deixá-lo como uma das marcas da sua gestão, mas não conseguiu concluir a obra.
Ferros à mostra
A estátua pode ser vista de qualquer parte de Bocaiúva, mas, quando alguém se aproxima do local, no ponto mais alto da cidade, no Bairro Zumbi, encontra somente a escultura, ainda sem pintura, e com ferros à mostra na extremidade da base. Nada de centro de artesanato, restaurante, lanchonete ou quadra. “Mas o que estava previsto no projeto foi feito” , alega Veloso, que sustenta já ter sido apresentada à Caixa Econômica Federal a prestação de contas de R$ 200,7 mil destinados ao centro de artesanato. O prefeito diz que não houve liberação de recursos para restaurante e lanchonete.
“A obra está totalmente inacabada”, sustenta, no entanto, o ex-prefeito. Segundo Caldeira, o projeto original previa a construção de uma escada pelo lado interno da estátua, dando condições para a subida até o ponto mais alto da escultura, onde deveria funcionar uma espécie de mirante, e ainda iluminação diferenciada. As obras complementares estariam a cargo da prefeitura. “Deixamos em caixa R$ 300 mil para o centro de artesanato e projeto pronto para captação de mais R$ 200 mil por meio de convênios com o governo federal”, alega. Veloso desafia: “É mentira. Gostaria que ele mostrasse o extrato bancário dos R$ 300 mil em caixa e a documentação sobre projetos para a assinatura de novos convênios”.
O prefeito não pretende gastar mais dinheiro com a estátua, baseado em entendimento de sua assessoria jurídica de que não podem ser usados recursos públicos com obra de cunho religioso, reiterando que na discussão do orçamento participativo, os moradores elegeram outras prioridades. Por outro lado, ele diz que já manteve entendimentos com Igreja Católica para que seja construída uma capela junto ao monumento, o que estimularia o turismo religioso.