O PSDB vai colocar mais lenha na fogueira da conturbada aliança que envolve ainda PSB e PT para a disputa da Prefeitura de Belo Horizonte. Em reunião marcada para o mês que vem, os tucanos vão apresentar à direção socialista um documento com cinco pontos que consideram primordiais para a reedição da chapa que elegeu Marcio Lacerda (PSB) há quatro anos. Entre eles, está a indicação de um vice de um quarto partido, excluindo a si mesmos e os petistas da composição formal da chapa. O objetivo é evitar novos embates como o enfrentado atualmente pelo prefeito, rompido com o vice Roberto Carvalho (PT), que defende a indicação de um nome do PT para enfrentá-lo nas urnas em outubro.
Outro ponto reivindicado pelos tucanos é um apoio formal da coligação à chapa de vereadores. Sem a indicação de um nome do PSDB para a cabeça de chapa ou vice-prefeito, a tendência é dificultar a eleição de seus candidatos à Câmara Municipal. Isso porque candidatos a cargos do Executivo acabam trazendo votos de legenda para a chapa proporcional. “Quando você abre mão da candidatura própria, há uma repercussão negativa na candidatura a vereador”, justificou Pestana.
Primeiro escalão
Os tucanos querem ainda uma participação “revigorada” na futura administração. No primeiro escalão da prefeitura, o PSDB comanda hoje as secretarias de Saúde e Desenvolvimento Econômico, a Presidência da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e da BHTrans e a Regional Pampulha. Marcus Pestana evitou dizer quais cadeiras interessariam mais ao partido e disse apenas que a legenda tem nomes técnicos capazes de ocupar cargos nos mais diversos setores da administração municipal.
Com a justificativa de dar mais “qualidade e consistência” a uma reedicação da aliança, o PSDB quer uma participação mais efetiva na elaboração do programa de governo e na coordenação da campanha. O presidente do PSDB nega que a intenção dos tucanos seja retirar o PT da aliança. “Não temos essa posição excludente. Temos uma postura extremamente aberta e democrática e um compromisso com a capital e a população”, disse.
Mas, pelo menos por enquanto, não pretende discutir a questão com os petistas, mesmo aqueles que concordam em estar novamente ao lado do maior partido de oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). Até porque, de acordo com Pestana, é preciso antes que o PT decida o que fará nestas eleições.