O Ministério Público vai abrir investigação hoje sobre um atentado contra o presidente da Associação Matozinhense para Combate à Corrupção, jornalista Osvaldo Mesquita, ocorrido no final da manhã de sábado, em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil também vai investigar o caso: uma banana de dinamite foi jogada na varanda do prédio onde Osvaldo mora, mas não explodiu. Militares do Grupo de Ações Táticas da Polícia Militar (Gate) afirmaram que o explosivo era dinamite em gel. Se explodisse, a bomba causaria efeitos em um raio de 10 metros. O promotor de Justiça da cidade, Geraldo Magela Lopes, acredita que o crime possa ter motivação política. “É possível que seja um ataque político, porque ele, além de ser jornalista, é muito ativo na associação”, declarou Magela.
No mesmo sábado, o Estado de Minas publicou matéria sobre uma rua em Matozinhos que pode ser doada a uma empresa por meio de um projeto de lei da prefeitura. O texto vai ser votado hoje em segundo turno na Câmara Municipal. Mesquita suspeita que a matéria possa ter motivado o atentado. “Só pode ser um ato político, pode ser alguma coisa relacionada a essa rua ou a outras denúncias que fiz”, afirmou. Ele explica que há anos faz denúncias envolvendo políticos da cidade.
Estatística Somente em 2012, quatro jornalistas brasileiros foram assassinados – o número contribui para a estatística que coloca o Brasil como o 11º país no mundo que menos soluciona casos de homicídios de profissionais da imprensa, de acordo com o órgão internacional Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Paulo Rocaro, de 51 anos; Mário Randolfo Marques Lopes, de 48; Laércio de Souza, de 40; e Décio Sá, de 42, foram mortos a tiros neste ano. Em 2011, foram registrados quatro assassinatos de jornalistas no país.