A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse nesta quarta que poderá haver atrasos em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sob responsabilidade da Delta Construções, após a Controladoria-Geral da União (CGU) declarar a empresa inidônea.
"Se for necessário, temos de pagar esse preço, mas não é esse o desenho original", disse Miriam, após cerimônia no Palácio do Planalto de anúncio de medidas para estimular a economia.
Questionada se isso não poderia encarecer as obras, a ministra respondeu: "Gente, se tiver irregularidade, tem de ser mudado."
Em portaria assinada no último dia 12, o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, declarou a empresa Delta Construções S/A inidônea para contratar com a administração pública.
O processo constatou responsabilidade da Delta nas irregularidades, entre as quais superfaturamento e desvio de dinheiro público, apuradas na Operação Mão Dupla, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a CGU e o Ministério Público, em 2010
Antes mesmo da declaração de inidoneidade, obras da Delta já haviam passado por problemas.
Após o escândalo do contraventor Carlinhos Cachoeira vir à tona, a construtora demitiu 80% dos seus mil operários de um dos principais canteiros da transposição das águas do Rio São Francisco, no município cearense de Mauriti, encostou os 145 caminhões, escavadeiras e tratores e rompeu contrato com as empresas agregadas, que saíram da cidade sem pagar as contas nas oficinas, lojas de autopeças e imobiliárias familiares.