O Ministério da Justiça decidiu exonerar o delegado Luiz Carlos de Carvalho Cruz, diretor de Operações da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), após receber informações de que ele teria enviado a dezenas de autoridades federais um e-mail propondo adesão ao chamado golpe da pirâmide. O gabinete do ministro José Eduardo Cardozo avalia agora a abertura de um processo disciplinar contra o policial, n.º 2 na secretaria.
O sistema, porém, é insustentável, pois, em determinado momento, o número de participantes é tão grande que não há quem os compense. Na prática, só lucram os que entram no esquema originalmente e, em geral, bolam o golpe.
Com o título “Oportunidade imediata”, o e-mail diz ser possível ganhar “bem mais de R$ 300 mil” com um investimento de apenas R$ 12. Em primeira pessoa e assinado pelo diretor, o texto diz que, para isso, basta convencer mais gente a fazer o mesmo.
Depósito. “Meus amigos, recebi o e-mail abaixo e resolvi pagar para ver. Fiz uma análise do sistema. É a famosa pirâmide, mas com a diferença de que o depósito cai direto na sua conta corrente. E, para dar certo, você só precisa convencer mais pessoas a entrar e investir os doze reais”, teria escrito o delegado,
Procurado pela reportagem na semana passada, Cruz negou ter enviado a mensagem e alegou ser “vítima” do esquema. O Ministério da Justiça negou que a exoneração tenha relação com o e-mail. No entanto, fontes da pasta informaram que, após ser informado do fato, Cardozo considerou a presença do delegado insustentável.