Brasília - A Comissão Nacional da Verdade está reunida neste momento, em Brasília, com a família do ex-presidente João Goulart para decidir as medidas necessárias à exumação dos restos mortais de Goulart, a fim de tentar esclarecer a causa de sua morte, devido a suspeitas de que ele teria sido assassinado e não morrido em consequência de um ataque cardíaco, como foi divulgado à época.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse ao abrir a reunião que a investigação está sendo feita a pedido da família e que é um dever do Brasil promover o resgate histórico das circunstâncias que envolvem a morte de Jango, como era conhecido o ex-presidente, “que foi deposto, perseguido pela ditadura militar e é o único presidente da República brasileiro que morreu no exílio”.
A ministra de Direitos Humanos disse que o objetivo da reunião é constituir um grupo de trabalho para coordenar a exumação e a perícia dos restos mortais do ex-presidente, enterrados no município gaúcho de São Borja. Segundo ela, “é necessário que as circunstâncias de sua vida e sua morte sejam conhecidas da nação brasileira”.
Maria do Rosário reconheceu que, devido ao tempo decorrido desde a morte de Jango, a perícia pode não esclarecer as dúvidas sobre as causas do óbito, mas o governo se sente obrigado a atender ao pedido da família e providenciar os meios necessários para a realização da perícia técnica e documental.
Além da família do ex-presidente, participam da reunião a secretária de Direitos Humanos do Uruguai (país onde Jango esteve exilado antes de ir para a Argentina), Graciela Jorge; representantes da Cruz Vermelha Internacional e Brasileira; e peritos da Polícia Federal.