Dois militares perseguidos pela ditadura prestaram depoimento nesta segunda-feira a integrantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro. Os filhos de três militares que também se opuseram ao regime também foram ouvidos.
"Os carros que entravam lá eram viaturas da Polícia do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Havia dois opalas, um bege e um cinza, que também entravam. Nós tínhamos que deixar eles passarem. Desses carros, saiam os presos, às vezes com capuzes, outras vezes dentro de sacos. Eles eram levados para o subterrâneo, e eram submetidos a torturas terríveis", contou Silva.
Ele apontou, em uma foto aérea da base, os pontos em que os presos políticos eram torturados. Hoje o local é um parque. "Eu acredito que esse presídio esteja coberto só por grama. Mas está lá, está tudo lá. Não tem nada queimado. Funcionário público não queima documento público".
Também foram ouvidos Belmiro Demétrio, que serviu em Canoas, e foi perseguido por ter manifestado apoio ao presidente João Goulart; Cláudia Gerpe Duarte, filha do major-brigadeiro Fausto da Silveira Gerpe, Carlos Augusto da Costa Rodrigues, filho do coronel Dagoberto Rodrigues, e Pedro Moreira Lima, filho do brigadeiro Rui Moreira Lima depuseram às Comissões. Estão previstos para esta terça-feira os depoimento outros seis militares perseguidos.