Brasília, 08 - O desfile do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios ontem em Brasília foi marcado pelo baixo público, poucas falas oficiais e um esquema de blindagem das autoridades. Além de proibir faixas de protestos e bandeiras de grandes mastros, os organizadores impediram vaias diretas ou possíveis registros de cartazes de manifestantes com a imagem de Temer distanciando a tribuna de honra das arquibancadas populares.
Em frente ao palanque, onde o presidente assistiu à festa com a mulher, Marcela, e o filho Michelzinho, de 8 anos, foi montado um tablado só para seguranças e agentes das Forças Armadas. As arquibancadas à esquerda e à direita da tribuna foram ocupadas por pessoas selecionadas pelo Planalto, devidamente credenciadas.
Temer e a família chegaram ao pátio do Ministério da Defesa, atrás da tribuna de honra, em carro fechado - como no ano passado, o Rolls-Royce da Presidência não foi usado. O público não vaiou nem aplaudiu quando o locutor do evento anunciou a chegada do presidente. Temer passou boa parte do tempo em conversas com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ficou do outro lado, perto da primeira-dama.
Pelos cálculos da Polícia Militar, 20 mil pessoas assistiram ao desfile. O Ministério da Defesa esperava um público de 40 mil. No ano passado, 25 mil estiveram na Esplanada. Na manhã de ontem, o público enfrentou o calor e a baixa umidade do período de seca de Brasília durante a passagem de estudantes e militares pela pista do Eixo Monumental.
Os dois momentos mais aplaudidos do evento foram a passagem de agentes da Polícia Federal e as acrobacias de aviadores da Esquadrilha da Fumaça logo após o desfile.
Ministros falaram pouco com a imprensa. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que só falaria sobre 7 de Setembro. “Não falo de política, só falo de Estado”, disse.
(Carla Araújo e Leonencio Nossa)