O cardeal Gianfranco Ravasi, "ministro" da Cultura do Papa e também presidente da Comissão Pontifical de Arqueologia Sagrada (PCAS), apresentou perante uma multidão de jornalistas e convidados este que constitui um dos eventos arqueológicos do ano na Cidade Eterna.
Em uma antecipação da associação insólita entre História e tecnologia, antiguidade cristã e internet, a PCAS assinou um acordo com a gigante da internet, Google, que disponibilizou seus mapas do Google Maps para permitir um passeio virtual de 360 graus em parte dos subterrâneos daquilo que o cardeal chama de "a rainha das catacumbas".
Graças a uma restauração a laser, afrescos religiosos, enegrecidos pelo tempo, saíram do esquecimento no coração das catacumbas.
Assim, as paredes de uma magnífica câmara mortuária recuperaram as cores vivas, revelando a grande delicadeza mística de personagens que são retratados ali: o Cubículo de Lázaro, do século IVº, é certamente o mais comovente vestígio deste recanto subterrâneo.
"Lá vimos Lázaro segurando a mão de Cristo, um Cristo com o rosto luminoso", afirmou o cardeal, que também é especialista da Bíblia.
Às margens da imensa Villa Ada, um dos grandes parques de Roma, um novo museu reúne uns 700 fragmentos de sarcófagos finamente esculpidos, misturando vestígios de tumbas pagãs e cristãs.
"É um gesto simbólico dos nossos dias retornar a este subsolo como os peregrinos, porque é lá que estão nossas raízes", afirmou o cardeal italiano.
Ele observou que "as catacumbas exercem grande fascínio, porque são os sinais vivos e palpitantes dos primeiros cristãos, de seu cotidiano".
As catacumbas de Priscila, com a basílica restaurada onde está sepultado o papa Silvestre (314-335), são consideradas as mais interessantes das catacumbas da Roma dos primeiros séculos.
As catacumbas dão testemunho da vida e da fé dos cristãos perseguidos em Roma nos primeiros séculos depois de Cristo.