O mercado de capitais brasileiro caminha para fechar 2024 com uma marca alarmante. No acumulado do ano até 18 de outubro, os investidores estrangeiros retiraram R$ 30,3 bilhões da B3, a bolsa de valores de São Paulo. A continuar nesse ritmo, há o sério risco de o Brasil encerrar 2024 com o maior saldo negativo da história.
Afinal, o que alimenta a desconfiança da turma do exterior se as projeções do PIB brasileiro estão sendo revisadas para a cima e o notas de crédito das agências de classificação de risco a respeito do país melhoraram?
Para economistas e gestores de recursos, a resposta está na combinação de aumento das taxas de juros com maiores preocupações fiscais. Nesse contexto, os estrangeiros procuram portos mais seguros, abandonando os mercados que trazem incertezas. Para os brasileiros que investem em bolsa, a debandada é ruim, porque acaba puxando para baixo a cotação das ações.
Empréstimo com garantia de veículo avança no Brasil
O auto equity, como é chamado o empréstimo com garantia de veículo, acelera no Brasil. Segundo levantamento feito pela fintech Creditas, a procura pela modalidade cresceu 44% no terceiro trimestre de 2024 versus o mesmo período do ano passado. É fácil entender as razões do avanço desse mercado. Os empréstimos oferecidos pela Creditas têm taxas de juros a partir de 1,49% ao mês, abaixo do cheque especial (7,96%), empréstimo pessoal (7,97%) e rotativo do cartão de crédito (15,36%).
Mais um capítulo na crise da Boeing: agora, prejuízo inesperado
A fabricante americana de aeronaves Boeing enfrenta turbulências sem fim. Além de dois acidentes fatais nos últimos anos, a empresa sofreu uma condenação criminal, vem apresentando atrasos na produção e não soube lidar com uma greve de 33 mil funcionários. Agora, surge um novo capítulo da crise: no terceiro trimestre, a companhia reportou prejuízo de US$ 6,1 bilhões, muito acima das estimativas do mercado e o pior resultado desde a pandemia. No ano, as perdas financeiras chegam a US$ 8 bilhões
Nova unidade da Ambipar vai dobrar produção
A Ambipar, multinacional brasileira especializada em soluções ambientais, está produzindo 300 mil unidades diárias de pré-formas de garrafas PET em sua nova unidade, inaugurada em julho em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Após a fabricação, essas pré-formas são moldadas pela indústria para se tornarem garrafas. Além disso, a unidade se prepara para receber novos maquinários até o final do ano, o que permitirá dobrar a sua capacidade produtiva, alcançando a marca de 600 mil peças por dia.
Rapidinhas
- A Latam fechou o terceiro trimestre na liderança do setor aéreo brasileiro. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, a empresa obteve 39% de participação no mercado doméstico, à frente da Gol (31%) e Azul (30%). No mês de setembro, 9,9 milhões de pessoas voaram nos céus brasileiros, o maior volume de todos os tempos para o período.
- Pioneira no modelo de vendas diretas, a americana Tupperware, famosa pelos potes plásticos para guardar alimentos, vive tempos amargos. Com dívidas de US$ 818 milhões, a empresa assinou um acordo para vender as suas operações para um grupo de credores por US$ 86,5 milhões. No auge, a Tupperware chegou a valer US$ 5 bilhões.
- Nos últimos anos, as fontes renováveis de energia não param de atrair investimentos. A gestora Pátria pretende captar no mercado financeiro pelo menos R$ 400 milhões que serão destinados a projetos de geração de energia solar. A ideia é comprar participações principalmente em ativos na Bahia, Ceará, Piauí e Mato Grosso.
- O mercado de biotecnologia está em alta. Por valores que podem variar de R$ 36 milhões a R$ 48 milhões, a depender de metas alcançadas, a empresa de biotecnologia Biosolvit comprou a Augen, startup especializada em tratamento de água. Na nova era ambiental, trata-se de um segmento de negócios cada vez mais vital.
Preço da carne sobe em escalada na Grande BH
2,1 milhões
de empresas foram abertas no Brasil no primeiro semestre, conforme dados da Receita Federal. Trata-se de um aumento de 7% em comparação com igual período de 2023
“Estamos aprendendo a viver nas incertezas, com riscos potenciais, mas isso não afeta uma de nossas certezas, que é seguir em frente”
José Olympio Pereira, presidente do banco J. Safra