O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) é uma doença mortal com incidência crescente. A maioria dos PDACs é incurável na apresentação, mas o rastreamento baseado na população não é recomendado.
A vigilância de indivíduos de alto risco para PDAC, como os portadores de síndromes hereditárias de predisposição a câncer ou com história familiar de câncer pancreático, pode levar à detecção precoce, mas o benefício de sobrevivência até então não havia sido comprovado cientificamente.
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Comparação
Entretanto, em um estudo prospectivo de coorte recentemente publicado, os autores compararam 26 indivíduos com predisposição genética ou familiar submetidos à vigilância do câncer de pâncreas e 1.504 pacientes de controle pareados. O principal objetivo do estudo foi o de comparar a sobrevivência de pacientes com PDAC detectado pela vigilância com dados nacionais dos Estados Unidos.
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Esse estudo de coorte comparativo foi conduzido em vários centros médicos acadêmicos dos EUA que participam do programa Cancer of the Pancreas Screening, que rastreia indivíduos de alto risco com predisposição familiar ou genética para PDAC. A coorte de comparação compreendeu pacientes com PDAC pareados por idade, sexo e ano de diagnóstico do programa Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER). O programa Cancer of the Pancreas Screening teve origem em 1998, e a coleta de dados foi feita até 2021.
A análise de dados foi realizada de 29 de abril de 2022 a 10 de abril de 2023. Os pacientes foram rastreados por meio de exames de ultrassonografia endoscópica ou por ressonância magnética realizadas anualmente e, posteriormente, por tratamento cirúrgico e/ou oncológico padrão.
Resultados
Um total de 26 indivíduos de alto risco (com idade média no diagnóstico de 65,8 anos) com adenoma ductal pancreático foram comparados com 1.504 pacientes de controle SEER com PDAC (com idade média no diagnóstico de 66,8 anos). O diâmetro mediano do tumor primário dos 26 indivíduos de alto risco foi menor do que nos pacientes de controle (2,5cm versus 3,6cm).
Os indivíduos de alto risco tinham maior probabilidade de serem diagnosticados com um estágio mais baixo (estágio I, 10 [38,5%]; estágio II, 8 [30,8%]) do que os pacientes de controle correspondentes (estágio I, 155 [10,3%]; estágio II, 377 [25,1%]).
A taxa de mortalidade de pacientes com adenocarcinoma ductal pancreático em cinco anos foi menor para indivíduos de alto risco do que para pacientes de controle (43% versus 86%), e indivíduos de alto risco viveram mais do que pacientes de controle pareados (sobrevida mediana, 61,7 meses vs 8 meses); taxa de sobrevida global em cinco anos, 50% versus 9%.
Essas descobertas sugerem, portanto, que a vigilância seletiva de indivíduos com alto risco de câncer de pâncreas pode melhorar os resultados clínicos dos tratamentos instituídos.
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